A liturgia deste domingo chama a atenção para as exigências que um testemunho fiel apresenta: perseguição, incompreensão e divisão. Mas não devemos desanimar. Somos convocados à esperança, na certeza da proteção de Deus para com o seu povo amado. Também reverenciamos os pais que souberam administrar a família dando bons exemplos a seus filhos.
Jesus, no Evangelho, adverte sobre o que se pode esperar no caminho da missão. Contrariedade e divisão são sinais do efeito curativo da Boa-Nova. É preciso que a Palavra faça arder os corações (cf. Lc 24,32); que provoque uma profunda transformação, uma verdadeira conversão. Esse é o caminho do Mestre e será também o dos discípulos. Jesus, assim, vai revelando à comunidade o seu destino e a sua identidade. Isto não é para desanimar os discípulos, mas para estimular a sua coragem diante das perseguições futuras.
Ser divisivo não é algo com o qual nos sintamos confortáveis, quando pensamos no Reino de Deus. Até mesmo ponderar sobre as divisões no cristianismo é triste. Tentar viver os valores cristãos em uma sociedade que celebra a secularização e a mercantilização da vida é muito desafiador, pois nem todos gostarão da verdade que os cristãos se esforçam para testemunhar por palavras ou ações.
Pense em sua vida neste momento, onde você acha que seus valores ou fé fazem com que os outros se sintam desconfortáveis ou podem até trazer divisão? Reserve um tempo para convidar o Senhor para estar com você nessas situações. Peça a ele para guiá-lo e fortalecê-lo conforme suas necessidades.
Na liturgia de hoje precisamos entender que Jesus não defende a violência e a agressividade… mas sim o levar a sério as “exigências” do Evangelho, em vez de ficarmos num vida “comoda”, “instalada”, contentes conosco próprios e sem nos preocuparmos com o mundo que nos cerca.
Não temos que estar contra os outros… temos, sim, que “puxar” por eles e deixar que eles “puxem” por nós, para uma vida de maior “radicalidade evangélica”, de maior entrega …por isso é importante refletirmos esse mês sobre as vocações religiosas. Sobre o chamado de Jesus para o servirmos. Jesus fala do fogo do Espírito, do ânimo e do entusiasmo que vem de Deus.
Mediante a sua morte e ressurreição, Jesus veio lançar fogo sobre a terra. Quando Se dirige aos Seus discípulos, deseja ardentemente que este fogo já tenha sido ateado! O fogo que purifica, o fogo que se acenderá na cruz e inflamará os corações. Ele veio infundir o Espírito que incendeia os corações com o fogo do amor divino, do amor ao próximo.
Jesus vem desassossegar o Seu Povo! Pois perante a Sua morte e ressurreição não é possível ficar indiferente. A opção pelo amor, pela justiça e o perdão não pactua com o egoísmo, a injustiça e violência. É neste sentido que Ele vem estabelecer a divisão.
Na verdade, o apelo de Jesus não é para que estejamos uns contra os outros, mas para que tomemos consciência da nossa individualidade e da relação do nosso eu com o eu do outro. Devemos pedir ao Senhor que nos ampare e nos liberte, ajudando-nos a viver com entusiasmo e alegria tudo o que nos propõe nesta entrega de amor que por nós um dia sofreu no martírio da Cruz.
E para finalizar, que esta homilia não seja de divisão ao dia dos pais que hoje comemoramos, mas uma reflexão da responsabilidade que lhe cabe no seio da família como pai e educador. Com exemplo de dedicação a família e principalmente na preparação dos vossos filhos. E que os filhos nesta data especial possam de fato ser gratos aos seus pais e reconhecer com devoção a fortaleza que sempre esteve ao seu lado, para que fossem um vencedor. Que não haja divisão nas famílias para que o amor possa triunfar conforme a vontade de Deus que também é Pai. Amém!
Direto da Santa Missa em Seu Lar
DEIXE SEU COMENTÁRIO | Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site.