O que somos nós diante da grandeza divina? Para aqueles que creem, mistério. Aos que negam a existência de Deus, o absurdo. O livro da Sabedoria nos compara a uma pequenina gota de orvalho que cai sobre a terra e que em pouco tempo não mais existirá. De fato, frente ao insondável mistério de Deus, nada podemos ou somos. O ser humano tenta realizar obras grandiosas, porém ele percebe que seus gestos ainda são pequenos e insignificantes, pois não alcançam a sabedoria divina mediante ao viver. Deus é amigo da vida. Tudo o que ele fez foi e é para o amor.
No seu gesto criador, ele nos mostrou que necessitamos de cuidado, ou seja, precisamos amar, pois quem ama é amigo da vida. Deus nos ergue quando caímos no erro. O pecador tem a oportunidade de levantar e continuar o seu caminhar, pois mesmo que o peso dos pecados seja grande, a bondade do Senhor supera tudo. Ele tudo pode e é compassivo para conosco.
Se as obras do Senhor são grandiosas, imagine o amor que ele tem para com seus filhos e filhas. Ele nos sustenta, pois é paciência, misericórdia, compaixão e bondoso. O salmista proclama a sua glória e nos cativa a fazer o mesmo, pois eternamente poderemos bendizer o seu poderio. Mesmo Deus sendo tudo isso, ele se fez pequeno e veio morar no meio de nós. Aquele que é tão onipotente, fez se frágil e cuidado por mãos humanas, numa família cresceu e se tornou um grande homem, a fim de nos redimir.
É preciso manter-se unido a Deus por meio da fé ativa com a prática da justiça. Para além de descobrirmos qual o dia definitivo da manifestação do Senhor, a comunidade cristã deve-se manter piedosa e atenta às realidades ao seu redor, nos alerta São Paulo na segunda leitura. Manter-se vigilantes, sendo perseverantes, com o testemunho, ânimo e coragem frente às dificuldades que aparecerão ao longo do caminho. A fé cristã não é algo paralisado no tempo, mas é dinâmica e se deixa conduzir pela ação do Espírito Santo sempre.
– No Evangelho de Lucas, vemos a ação do Evangelho produzir efeitos que para os homens pode até parecer impossível: a conversão de um rico. Zaqueu tem sua vida transformada no encontro com o Mestre. Sua vida até então marcada por um estilo totalmente fechado em si mesmo, volta-se para o outro, para o diferente. Zaqueu entra no caminho da salvação, dado que a própria misericórdia foi ao seu encontro. Neste sentido, todos podem participar deste encontro salvífico e assim terem a alegria do pecador que para além de suas faltas, depara-se com o mistério da vida.
A salvação entrou nesta casa e a ação divina aconteceu, pois o Filho do Homem veio salvar quem estava perdido. No encontro com a misericórdia somos confrontados com nossos erros, para enfim, mudarmos de vida e assim, prosseguirmos com a caminhada de fé. Deus sempre faz e age no tempo oportuno. Cabe a cada um saber ouvir e compreender os mistérios do alto, para assim poder bendizer com alegria as maravilhas que o Pai realiza na vida de seus filhos e filhas. Que tenhamos a coragem de mudar, de sermos pessoas melhores e abertas ao dom da vida.
As provações da vida em nosso dia a dia são desafios que permitem à criatura humana considerar a precariedade dos valores materiais que, em geral, absorvem a humanidade em seu comportamento diário. Procurando o entendimento evangélico, aprendemos fazer distinção entre o certo e o errado, entre o que é de duração passageira e o que é eterno. Cada criatura recebeu determinado talento da Providência Divina para servir no mundo e para receber do mundo o salário da elevação por sua conduta. Velho ou moço, com saúde do corpo ou sem ela, reconhecer o amor de Deus é necessário, pois precisamos movimentar este dom que recebemos do Senhor, para encontrarmos a nossa felicidade. Ninguém é tão pobre que nada possa dar de si mesmo. Quem cumpre o dever que lhe é próprio, age naturalmente em benefício do equilíbrio geral de todos. Todo o dia é ocasião de semear e colher.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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