A liturgia deste domingo apresenta-nos um apelo à vigilância. Diz que não devemos instalar-nos no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas caminharmos, sempre atentos e vigilantes, preparados para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios. Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, somos convidados a centralizar a nossa vida no essencial.
A leitura convida todos os homens, de todas as raças e nações, a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor. É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim. Olhando o mundo que nos rodeia, vemos que estamos ainda longe desse ideal de justiça e de paz, construído à volta de Deus e da sua Palavra, apesar de Jesus, a Palavra viva de Deus, ter vindo ao nosso encontro há dois mil anos.
O que impede ou, pelo menos, atrapalha a chegada desse mundo de justiça e de paz? Tenho a minha parte de responsabilidade? O que posso eu fazer para que o sonho de Isaías se concretize?
Paulo também nos convida a “acordarmos” para descobrir os sinais do novo dia que já raiou em Jesus Cristo e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e vestindo as armas da Luz. É necessário acordamos do comodismo que nos mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado); revestindo-nos da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e caminhar, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
O Evangelho convida à vigilância. O verdadeiro cristão não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; em cada minuto que passa, está atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.
O que significa para nós “estar vigilantes”, “estar atentos”, “estar preparados” para acolher o Senhor? Significa achar que estamos na “graça de Deus” para que, se a morte chegar de repente, Deus não consiga encontrar em nós qualquer pecado não confessado. Alguns, pensando assim, imaginam que Deus deixa de ser justo diante de nossas ações.
Fundamentalmente, é necessário acolher todas as oportunidades de salvação que Deus nos oferece. Se Ele vem ao nosso encontro, nos desafia a cumprir uma determinada missão. Não podemos continuar a viver a nossa vida de maneira descompromissada. Ele vem ao nosso encontro, convida-nos a uma mudança de vida.
O Evangelho nos mostra um dos motivos que impedem o homem de “acolher o Senhor que vem”. Fala da opção por “gozar a vida”, sem ter tempo nem espaço para compromissos sérios (quanta gente, aos domingos, tem todo o tempo para tudo, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade!); fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais (inclusive até da própria família); fala do adormecer, do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais (quanta gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso!) fugindo de suas responsabilidades como cidadão de bem e cristão.
Somos chamados a redescobrir aquilo que é importante, a estarmos atentos às oportunidades que o Senhor, dia a dia nos oferece; a acordar para os compromissos para com Deus e para com os irmãos, com responsabilidade, empenhando-nos na construção do Reino. Dessa forma nos prepararemos melhor para a vinda do Senhor.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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