A liturgia nos convida à alegria que brota do Evangelho. Hoje, Jesus mostra que o mundo novo anunciado pelo Profeta Isaías já chegou. Por isso nossas ações devem demonstrar a quem pertencemos. Nossas atitudes devem comprovar, na força do Espírito Santo, a presença salvadora e libertadora de Deus no meio dos homens e mulheres. Ele o faz em três partes no texto.
1º – João Batista estava preso por Herodes por reprovar o seu comportamento. No cárcere, ouve falar das obras de Cristo, tão diferente do que se esperava: Ele anunciou um juiz severo que castigaria os pecadores. Ao invés do que esperava, defronta-se com alguém que se aproxima dos pecadores. Perplexo, envia a Jesus dois discípulos com uma pergunta bem concreta: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar por outro”?
2º) Jesus responde a pergunta apontando 6 sinais concretos de libertação, já anunciados por Isaías há muito tempo: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos… paralíticos… leprosos… surdos… mortos… pobres evangelizados…” E acrescenta: “Feliz quem não se escandalizar de mim…” Jesus mostra a João que as suas obras comprovam a era messiânica anunciada por Isaías. Ele mostra que um novo tempo baseado em atos de salvação, não de violência e castigo está se realizando através dele.
3º) O testemunho de Jesus sobre João: João Batista não é um caniço que verga conforme o vento, ou seja, não é um pregador oportunista que se adapta conforme a situação; ele não é um corrupto que vive na fortuna e no luxo. João é muito mais que profeta: “É o maior dos nascidos de mulher”. Um grande
Profeta que não é maior do que o Filho de Deus, como diz Jesus: “No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele”.
– A ação libertadora de Deus deve continuar na História através de gestos concretos dos seguidores de Cristo. Por isso nossas ações devem demonstrar a quem pertencemos. Não podemos brincar com a esperança de nossos semelhantes, não prometa aquilo que você lá na frente não terá condições de realizar. È muito triste ser enganador, alimentar o que não pode ser saciado. Cisto era o que estava por vir, não precisavam mais esperar por outro. Ele tinha vindo e estava no meio deles.
Perguntemo-nos: Em nossa vida e comunidade há gestos de salvação e libertação que são sinais que o Reino de Deus já chegou? Os “surdos”, fechados
num mundo sem comunicação e sem diálogo, encontram em nós a Palavra viva de Deus que os desperta para a comunhão e para o amor?
Os “cegos”, encerrados nas trevas do egoísmo ou da violência, encontram em nós o desafio que Deus lhes apresenta de abrir os olhos à luz? Os “coxos”, privados de movimento e de liberdade, escondidos atrás das grades em que a sociedade os encerra, encontram em nós a Boa Nova da liberdade?
Os “pobres”, sem voz nem dignidade, sentem em nós o amor de Deus?
– As pessoas podem acreditar na palavra que pregamos, nas coisas que dizemos? e ela tem servido de consolo aos fracos e oprimidos que nos procuram?
Então perguntamos: Quais são os cegos, coxos, surdos, mortos que devemos ajudar a recuperar suas “funções vitais” (a ter uma vida digna para si e diante da sociedade quando nos buscam de alguma forma ajuda)?
Também é verdade que não devemos querer tudo de uma vez. Não devemos deixar o certo pelo duvidoso, cuidado em quem você confia e acredita ser seu amigo fiel. Na 2ª Leitura, Tiago convida à espera com paciência. Cita o exemplo do agricultor que espera o tempo certo para a colheita. Da mesma forma, devemos semear o Evangelho e confiar na ação do Senhor para o tempo certo de colher bons frutos.
Compreendemos que toda ação da Igreja deve ser demonstrada na alegria, pois esta é a atitude que demonstra que pertencemos ao Senhor. Somos convidados por esta liturgia para uma alegria profunda e contagiante que nos provem do encontro com o Senhor na sua Palavra e nos Sacramentos. O Mestre afirmava que aquele que não se ajunta, se espalha.
O Deus de amor jamais esqueceu do seu povo e, mesmo diante de muitas infidelidades, Deus mesmo cumula o povo com toda sorte de bênçãos, o que por si só já é motivo de muita alegria! Na exortação apostólica “A alegria do Evangelho”, o Papa Francisco nos lembra que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus com fidelidade.
Os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”. Que sejamos verdadeiros e atentos ao que dizemos para não ferir aqueles que em nós depositaram suas esperanças. Advento é tempo de esperança, de renovação, de buscas constantes, de muita alegria, porque ele vem ao nosso encontro trazendo soluções.
Quem tem Jesus Cristo pode vacilar por causa da limitação, mas não pode esquecer que Ele é a causa primeira da alegria cristã e que seu seguidor deverá
testemunhá-la a todos. Sejamos homens de palavra diante da Palavra. Que encontremos sempre a alegria do Evangelho em Comunidade e que, motivados, superemos as tristezas, as mágoas e decepções pela fonte de toda alegria: Jesus Cristo! Nosso irmão Maior!
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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