Na Vigília de Natal recordamos a “Shekinah do Altíssimo”, onde Deus desce para morar na tenda da humanidade. Ele se revela para que todos possam encontrá-lo e, diante de sua glória, possamos adorá-lo, como diz o salmista: “As nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor” (Sl 72). Hoje, celebramos a Epifania do Senhor que “se fez carne e veio habitar entre nós” (Jo 1,14).
A solenidade que hoje celebramos é conhecida como festa dos Santos Reis, é a primeira das três Epifanias celebradas pelos cristãos. As outras duas são a festa das Bodas de Caná e a festa do Batismo do Senhor. Convocando os magos do Oriente, Jesus começa a reunir os povos, a dar unidade à grande família humana. Os reis magos, segundo a tradição popular cristã, tinham nomes: Belchior, Gaspar e Baltasar. Eles representam a diversidade das nações e ao mesmo tempo assinalam a missão da Igreja, presente neste mundo.
O Evangelho relata o encontro dos reis magos com Jesus recém-nascido. Não foi primeiro aos poderosos e sábios de Israel que o Messias se revelou, mas aos pastores e a um grupo de estrangeiros, classe desprezada pelos judeus de Jerusalém. A nova Sião não é, porém, Jerusalém, mas Belém, também isso, é cumprimento das profecias ( Mq 5,1). O evangelista Mateus continua a descrever os acontecimentos da infância de Jesus, à luz das profecias que dizem: “O cetro não será tirado de Judá” (Gn 49,10); “Uma estrela surge de Jacó, um cetro se levanta de Israel” (Nm 24,17).
Deus suplantou os esquemas humanos quando se revelou como próprio Messias na imagem de uma criança de colo aos cuidados de sua mãe Maria. Com isso, o Senhor nos ensina que sua Epifania é contrária à avareza do poder, comodismo, intolerância religiosa, xenofobia e toda forma de divisão e violência.
Todas essas coisas provocam trevas na vida humana. O Senhor nascido em Belém é luz que ilumina os povos e diante dele ficamos radiantes, nosso coração vibra e bate forte de alegria (cf. Is 60,5).
Os magos trazem a figura da totalidade dos povos, pois todos são chamados ao encontro com Cristo que gera unidade. A Igreja de Cristo deverá sempre ser sinal do respeito às culturas de todos os povos. Todavia, deverá ter diante de si a firme missão de anunciar a Boa Notícia de Deus que se revela como Deus da justiça e da paz em Jesus Cristo nascido em Belém.
Em Cristo, uma multidão de raças, povos, línguas e nações saúdam a Deus. Que nós manifestemos a proximidade de Cristo ao mundo com nossas palavras e ações, como Igreja veterocatólica, samaritana, discípula, profética e missionária à serviço da vida e daqueles benditos que vem em nome do Senhor.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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