Deus é comunidade de amor, plena de graça e doação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cada um em seu modo de ser, realiza no mundo uma missão específica que alcança toda a história de nossa salvação. Neste sentido, a Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por trás de “um Deus em três pessoas”.
É um convite a contemplar o Deus que é amor, família, comunidade e que cria os homens para os fazer participar no seu mistério.
O Deus da comunhão e da aliança, a fim de estabelecer laços familiares com o homem, se auto apresenta: Ele é clemente e compassivo, lento para a ira e rico em misericórdia. Sua apresentação consiste em uma teofania (manifestação de Deus), ou seja, Deus aproxima-se de Moisés “na nuvem”.
Este sinal no Antigo Testamento, exprime a presença do Deus que vem ao encontro do homem. Ao mesmo tempo que esconde, manifesta o mistério de Deus, cujo rosto o homem não pode ver, mas cuja presença é sentida. Deus ama o seu Povo e cuida dele com bondade e ternura.
Na fórmula litúrgica: “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” está expressa a confissão de fé no Deus Uno e Trino.
Os membros da comunidade cristã, que pelo Batismo fazem parte do projeto da salvação, são convidados a integrarem esta Comunidade de Amor.
A nossa relação com os irmãos deve refletir a ternura, a misericórdia, a bondade, o perdão, o serviço, que são as consequências práticas do nosso compromisso com a Comunidade Trinitária.
O Evangelho de hoje mostra parte da conversa entre Jesus e um “chefe dos judeus” chamado Nicodemos. O trecho que ouvimos pertence a terceira parte na qual Jesus descreve a Nicodemos o projeto de salvação de Deus (cf. Jo 3,1-21). Ele é uma iniciativa do Pai, tornada presente no mundo e na vida dos homens através do Filho.
A salvação se concretizará pela morte e ressurreição de Jesus. João nos convida a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único. Jesus veio ao mundo porque o Pai ama os homens e quer salvá-los.
Cumprindo o plano do Pai, Ele fez da sua vida um dom total, até a morte na cruz, a fim de oferecer a todos a vida definitiva. É justamente a cruz o último ato de uma vida vivida no amor, na doação e na entrega. E isto nos permite enxergar a dimensão imensurável do amor de Deus por essa humanidade a quem Ele quer oferecer a salvação.
Quem aceita essa proposta, adere a Ele, recebe o Espírito, vive no amor e na doação, escolhe a vida definitiva. Quem prefere continuar escravo do egoísmo e de autossuficiência se autoexclui desta salvação.
A salvação ou a condenação não são, nesta perspectiva, um prêmio ou um castigo que Deus dá ao homem pelo seu bom ou mau comportamento. São o resultado da escolha livre de cada pessoa. Nesta fantástica história de amor, revela-se a grandeza do coração de Deus que se traduz na oferta gratuita ao homem de vida plena e definitiva.
Nós devemos ser verdadeiramente as testemunhas desse Deus Uno e Trino. Igualmente nossas comunidades, eclesial ou familiar, devem ser a expressão viva do Amor Trinitário.
Desse modo, na solenidade da Santíssima Trindade, proclamamos que Deus é eterno e verdadeiro. Nós o adoramos em cada uma das Três Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. São um só Deus e um só Senhor, de mesma natureza e igual majestade. É a revelação harmônica de um imenso amor que deseja salvar a todos. Contudo, a salvação só se concretizará se a comunidade seguir esse modelo de unidade que nos é oferecido.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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