É preciso recordar, reconhecer e guardar aquilo que de fato forma o povo de Deus. O texto do livro de Deuteronômio refaz a memória do povo liberto da escravidão do Egito. Por vezes, as tentações do poder desviam os filhos de Deus do caminho da vida. Na trajetória do deserto, Deus ofereceu caminho, alimento e vestes. O Senhor cuidou de cada um nesse lugar perigoso, difícil e cheio de desafios. Tudo foi superado pela proteção divina.
Jesus é o Pão vivo descido do céu! O discurso do pão da vida e a ideia da vivência eucarística ficam evidentes no Evangelho de hoje. João não descreve a narrativa da instituição eucarística como os demais evangelistas. Todavia, supõe-se que o autor é conhecedor dessa prática e assim, a comunidade reunida, celebra com fervor Jesus ressuscitado no meio de todos. Mas, poder-se-ia questionar: não seria loucura comer carne humana ou mesmo beber o sangue, símbolo da vida? O ensinamento de Jesus escandalizou muitas pessoas. Essas não compreenderam a mensagem de Jesus e permaneceram na superficialidade das palavras. Não conseguiram ir além!
Quem quer a vida eterna precisa se alimentar de Jesus, de sua mensagem, de sua carne. Cristo se entrega como alimento para a nossa vida juntamente ao Pai. Pedindo inclusive que fizéssemos isso em sua memória.
Nesta comunhão acontece uma real permanência. Não há mais aquilo que se torna passageiro, semelhante ao maná comido no deserto, mas em Cristo, temos o alimento que nos indica o caminho da vida eterna. Jesus se rebaixa a nossa condição humana e nos redime de todo o mal gerado pelo pecado. Nele temos a redenção, a garantia da vida eterna e a morte já não tem mais força sobre os filhos adotivos.
Jesus, o Filho unigênito de Deus, fez-se homem e vivenciou toda a nossa humanidade. Ele foi a oferenda viva para a nossa reconciliação no altar da cruz. Já não são mais cordeiros oferecidos nos altares para a expiação dos muitos pecados, mas é agora o próprio Cordeiro de Deus, que nos faz livres de todo o pecado do mundo. Jesus eucarístico transforma misteriosamente as vidas humanas e faz com que cada um se volte para Ele.
Em cada celebração eucarística vivemos a doação que Cristo fez naquela última ceia. Ele se fez sacrifício na cruz por nós e pelo mundo inteiro. A Eucaristia exige de nós comprometimento para com o outro. Jesus teve compaixão pelos seus e nos ensina a fazer o mesmo. Em torno do mistério eucarístico nasce o dom da caridade e gera a fraternidade nas relações sociais. A Eucaristia cria diálogos verdadeiros comprometidos com a transformação do mundo.
Pela Eucaristia, crescem as virtudes e a nossa alma é saciada dos dons espirituais. Jesus passou fazendo o bem e deixou para todos o penhor da salvação: sua própria vida! Lembrando aqui Bento XVI “participar da mesa eucarística é nos colocar numa atitude corajosa, para a promoção da vida e da dignidade humana em todas as suas dimensões. Quem permanece fechado em si mesmo impossibilita a graça divina na transformação do mundo”. Estejamos abertos à graça dinâmica do Espírito Santo.
Direto da Santa Missa em Seu Lar PMP
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