Todos recordamos ainda que no Domingo passado aprendemos que a Palavra de Deus é sempre viva, eficaz, atual e que tudo aquilo que ela proclama, realiza-se no tempo de Deus para cada coisa. A Palavra contém a vontade e o plano do Pai e ela realiza-se sempre, independente das forças contrárias que possam colocar-se em nosso caminho.
Deus e seu plano estão acima de tudo e de todos e nada poderá impedir que ele realize tudo quanto proclama e revela através da sua palavra. Aprendemos também, que devemos preparar o terreno do nosso coração para que a Palavra semeada possa produzir frutos bons e duradouros.
Reconhecemos que os sofrimentos e cruzes da vida, são um gesto de amor e carinho de Deus por nós e não um castigo como muitos pensam. Hoje, vemos como é importante a paciência e a misericórdia de Deus em nosso caminho de fé. Quem conhece a paciência e a misericórdia de Deus, certamente trabalhará melhor na construção do Reino.
O autor do Livro da Sabedoria contém uma resposta de Deus aos que se perguntavam porque Deus não punia nem castigava os idólatras e pecadores em geral. O autor procura mostrar que Deus é acima de tudo justo, bom, paciente, compassivo, misericordioso e, por isso prefere não punir, mas tenta ganhar o pecador para o seu amor.
Ele não suporta o pecado, mas ama profundamente a pessoa do pecador. Ele castiga o pecado e faz tudo para eliminá-lo da vida dos homens, mas faz isto com calma, paciência e bondade para evitar que algum dos seus filhos venha a perder-se ou desista de tentar voltar para o seu amor. Mesmo quando seus filhos estão no pecado, Deus não os abandona ou deixa de amá-los. Ele sempre os procura e espera que voltem para o seu amor e a sua ternura.
Deus age com justiça, mas usa de moderação no seu julgamento que é de perdão, pois Ele não quer perder e sim salvar seus filhos. Deus oferece a todos a possibilidade de se salvarem porque este é seu desejo e seu plano para conosco. Nós quase sempre confundimos o pecador com seu pecado, mas Deus separa muito bem as duas realidades. Esquecemos que por trás de cada grande pecador, existe um coração carente de amor, compreensão, perdão e misericórdia.
Esquecemos que ali está um filho que foi feito à imagem e semelhança do Pai, mas que não teve forças para sozinho fazer brilhar esta imagem que estava dentro dele. Esquecemos que ele pode ter se perdido exatamente porque não lhe amamos como devíamos ou na medida que ele necessitava. Porque não somos capazes de agir com paciência, bondade e misericórdia para com o próximo, com os nossos semelhantes, custamos a admitir que Deus assim o faça. Ainda bem que Deus se serve de critérios bem diferentes dos nossos!
São Paulo insiste sobre o valor do dom do Espírito Santo na vida da Igreja e de cada batizado. É Ele quem nos permite uma comunicação perfeita com Deus gerando uma comunhão vital. O Espírito recolhe nossos gemidos e os apresenta a Deus de forma perfeita, compreensível, como verdadeira oração. Ele vive em nós e sua ação faz frutificar aquela semente de eternidade que Ele mesmo plantou em nossas vidas com a graça do Batismo.
Jesus serve-se de três parábolas para nos ajudar a compreender melhor a realidade do seu Reino. Na primeira, ele compara o Reino ao campo de trigo. Ele mesmo explica que o campo é a humanidade; que o semeador é Ele mesmo e que a boa semente é sua palavra. Neste campo, o demônio, inimigo natural do Reino, semeou escondidamente o joio, símbolo do mal e do pecado.
Ao contrário do que talvez fizéssemos nós, Deus permite que cresçam juntos, o trigo e o joio, evitando que ao arrancar o joio, se destrua também o trigo. Somente no momento da colheita o Senhor vai separar os dois, guardando o que é bom e queimando o que é ruim. Portanto, no Reino de Jesus, podem caminhar juntos bons e maus, mas a salvação que vem de Deus deve ser acolhida por cada um, pois o desejo de Deus é não perder ninguém.
No dia do juízo, o Senhor chamará todos na sua presença e, pelos frutos que cada um apresentar, Ele dará a recompensa devida. Serão os frutos que determinarão nosso destino futuro com ou sem Deus.
Na segunda parábola, Jesus compara o Reino com a semente de mostarda, a menor das sementes, mas que produz uma planta robusta e maior que as demais hortaliças. Com ela Jesus quer mostrar que o Reino não precisa de alarde para ser implantado. Dentro da semente, que é a palavra de Jesus, já existe a força e a vitalidade.
Esta vida desabrocha lentamente e cresce até superar todas as outras coisas. Na humildade e simplicidade, no silêncio e muitas vezes escondido, o Reino vai estendendo suas raízes até tomar toda a realidade que nos rodeia.
A mesma coisa Jesus nos quer ensinar com a comparação entre o fermento na massa e a atuação do Reino. Sua força é semelhante a força do fermento: atinge e transforma toda a massa. A quantidade do fermento é sempre insignificante em relação à quantidade de massa, mas é ele que dá forma e qualidade à massa.
Enfim, Com estas parábolas, Jesus quer que compreendamos que devemos trabalhar pelo seu Reino com calma, imitando a paciência de Deus. O importante é trabalhar sempre e confiar na força escondida na palavra de Jesus e na ação do Espírito em nós. Se confiarmos verdadeiramente, Ele realizará grandes maravilhas através da nossa miséria e pequenez.
Direto da Santa Missa em Seu Lar (FCV)
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