Este é o penúltimo domingo do tempo comum, mas já é considerado o último, pois no próximo estaremos celebrando a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Novamente a liturgia nos fará refletir sobre o fim dos tempos, para quando nós cristãos esperamos o retorno glorioso do Senhor. Todos cremos, sem maiores dificuldades, que Jesus voltará glorioso para reunir todos os seus e apresentá-los ao Pai.
Porém, ninguém sabe quando isto acontecerá. Isto sempre nos causa preocupações e aguça nossa curiosidade. Era este o clima que vivia a comunidade dos Tessalonicenses. Eles queriam de todos os modos conhecer o dia do retorno do Senhor. O apóstolo então lhes responde o seguinte: “o dia do Senhor virá como um ladrão, de noite. Ele retornará de repente e quando menos se espera”.
Os homens estarão envolvidos nas suas coisas e preocupados somente com a paz e a segurança de seus bens. Este dia certamente será vivido de maneira totalmente diversa por aqueles que têm fé e aqueles que não a têm. Os que não têm fé colocam toda a sua confiança em si mesmos, nas suas capacidades, no seu poder absoluto de poderem controlar tudo que esteja a seu redor, nos seus bens e na tranquilidade que lhes proporcionam o dinheiro e as riquezas.
Para estes, o dia do Senhor será parecido com uma verdadeira tragédia; será terrível e lhes causará grande angústia, pois as coisas, bens, poderes, riquezas e as demais falsas seguranças passarão e eles cairão num grande e insuportável vazio, onde não existirá mais nada: nem as coisas e nem Deus.
Só então compreenderão a importância da fé e o valor da esperança cristã que eles ignoraram ao longo de toda esta vida. Jesus foi categorico quando disse nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no reino dos Céus. Para estes, será tarde demais e não terão mais tempo para optarem pelo Deus da vida, nossa única segurança.
Pelo contrário, para os que têm fé e sempre colocaram em Deus sua esperança, o dia do Senhor será uma grande festa, um dia de alegria, pois tudo o que esperamos, nos será concedido em abundância naquele dia. Então veremos nosso Deus face a face e compreenderemos o quanto é grande seu amor e sua misericórdia para conosco.
Nossa única preocupação deve ser no “como esperamos” o retorno do Senhor e nunca com o “quando isto se dará”. São Paulo diz: “não vos preocupeis com o tempo, mas vigiai e ficai sóbrios”. Portanto, trata-se de uma espera vigilante, atenta e operosa. Não podemos cruzar nossos braços. Muito mais do que preocuparmo-nos com a data, deveríamos nos preocupar com as obras de caridade e misericórdia em favor do próximo, que nos preparam para o nosso futuro glorioso com o Senhor.
O Evangelho e a primeira leitura, de Provérbios, tratam exatamente do modo como devemos esperar o Senhor. Cada personagem usado por Jesus na parábola tem a ver conosco. Aquele homem, senhor de tudo, representa Deus. Os três empregados, representam todos os filhos de Deus. Os talentos, são os dons que Deus distribuiu entre os homens. Quando entramos na grande família de Deus pela graça do Batismo, o Espírito Santo deu-nos dons de acordo com as capacidades de cada um. Cada dom recebido corresponde a uma missão específica em favor do bem comum.
O tempo desta vida é o tempo que Deus nos concede para que frutifiquemos os dons recebidos. Nem todos os filhos empenham-se do mesmo modo. Alguns dão tudo de si mesmos e produzem muitos frutos. Outros empenham-se menos e também produzem menos. Há também os que guardam egoisticamente para si os dons recebidos e não produzem nada, encontrando mil desculpas para justificar sua forma fracassada de ser. Estes são como aquele empregado que enterrou o talento recebido e que representam um número significativo dos cristãos.
Os dons que cada um recebeu são diferentes, pois cada um recebeu na medida de sua capacidade, mas todos recebemos algo e temos que apresentar algum fruto. No dia do retorno glorioso do Senhor todos teremos que prestar contas a Deus dos dons recebidos. Não é necessário que nos preocupemos com grandes obras, pois o mais importante é fazer com dedicação e carinho, com verdadeiro espírito cristão as coisas mais simples e comuns de nosso cotidiano.
Portanto, vemos que para construir nosso caminho de santidade, não precisamos de grandes feitos, mas precisamos fazer muito bem as pequenas coisas de cada dia, com honestidade e muito trabalho. Dando o sabor do Evangelho a tudo o que fizermos, haveremos de conquistar nossa própria salvação e transformar a face da terra segundo o projeto de Deus.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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