A Santa Missa em seu Lar, deste domingo 19º do tempo comum é presidida pelo Padre Frei Simeão Pereira Lima e tem como tema central o Dia dos Pais e a coragem de um dos apóstolos de Jesus diante de uma situação em plena tempestade. A maioria das pessoas acredita em Deus e gostaria de ter um contato mais próximo com Ele. Mas “Onde está Deus?” “Onde o podemos encontrar?”
As Leituras do evangelho de hoje têm duas cenas muito bonitas, que mostram como Deus se revela. Na 1a, Deus se revela a Elias, na BRISA suave. Cansado e perseguido de morte. Elias foge para o deserto, a caminho do Monte Horeb, onde Moisés se encontrara com Deus… Lá, Elias o esperava no vento, no terremoto, no fogo, mas ele não estava lá. Deus vai ao seu encontro de uma forma completamente diferente: “no sopro suave de uma BRISA…” e ali lhe fala…Deus geralmente se manifesta na humildade, na simplicidade, na interioridade.
Por isso, é preciso calar o ruído excessivo, moderar a atividade desenfreada, encontrar tempo para consultar o coração, para interrogar a Palavra de Deus, para perceber a sua presença e as suas indicações, nos sinais, quase sempre discretos, que ele deixa na história e em nossa vida.
Na 2ª, Paulo fala que Deus se revelou, oferecendo a todos uma proposta de Salvação, mas o seu povo infelizmente a rejeitou. No Evangelho, Deus se revela na TEMPESTADE.
Jesus envia os discípulos em missão na outra margem do lago e, cansado, retira-se da multidão… vai ao monte para rezar… Enquanto isso, os apóstolos navegam “de noite” preocupados, na barca agitada pelos ventos contrários.
Jesus interrompe o descanso… vai ao encontro, “caminhando sobre o MAR”. Eles o confundem: “É um fantasma…”. E Jesus se identifica: “Coragem, SOU EU, não tenham MEDO”. Pedro o desafia: “Se és Tu, manda-me caminhar sobre as águas”. Jesus aceita: “Vem!”. Pedro vai ao encontro de Jesus; mas, assustado pelo vento, começa a duvidar e afundar. Então grita por socorro: “Salva-me, Senhor!”. Jesus antes estende a mão e depois o questiona: “Por que duvidaste, homem de pouca fé?”. Jesus entra na Barca e a tempestade se acalma. Então todos se prostram em adoração diante de Jesus, dizendo: “Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus”. Deus se manifesta em meio às dificuldades, aos ventos da tempestade.
Enquanto Jesus está em diálogo com o Pai, os discípulos estão sozinhos, em viagem pelo lago. Essa viagem, no entanto, não é fácil e serena… É de noite; o barco é açoitado pelas ondas e navega dificilmente, com vento contrário. Os discípulos estão inquietos e preocupados, pois Jesus não está com eles…
Esse barco é a comunidade cristã – A “noite” representa as trevas, a escuridão, a confusão, a insegurança em que tantas vezes “navegam” através da história os discípulos de Jesus, sem saberem exatamente que caminhos percorrer nem para onde ir…
As “ondas” representam a hostilidade do mundo, que bate continuamente contra o barco em que viajam os discípulos…
Os “ventos contrários” representam as resistências ao projeto de Jesus. Os discípulos de Jesus se sentem perdidos, sozinhos, abandonados, desanimados, desiludidos, incapazes de enfrentar as tempestades que as forças da morte e da opressão (o “mar”) lançam contra eles…
É precisamente aí, que Jesus manifesta a sua presença. Ele vai ao encontro dos discípulos “caminhando sobre o mar”. O episódio reflete a fragilidade da fé dos discípulos, quando tiveram de enfrentar as forças adversas, sem a presença de Jesus na barca.
Os discípulos seguem a Jesus de forma decidida, mas se deixam abalar quando chegam as perseguições, os sofrimentos, as dificuldades…Então, começam a afundar e a ser submergidos pelo “mar” da morte, da frustração, do desânimo, da desilusão… No entanto, Jesus lá está para lhes estender a mão e para os sustentar. Finalmente, a desconfiança dos discípulos transforma-se em fé firme: “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus”.
Esse texto é um ENSINAMENTO sobre a caminhada da Comunidade de Jesus, enviada à “outra margem”, para convidar todos para o banquete do Reino e a oferecer-lhes o alimento com que Deus mata a fome de vida e de felicidade dos seus filhos. A caminhada não é um caminho fácil.
A comunidade (o “barco”) dos discípulos deve abrir caminho através de um mar de dificuldades, pela hostilidade dos adversários do Reino e pela recusa do mundo em acolher os projetos de Jesus. Os discípulos devem estar conscientes da presença de Jesus. O “fantasma” do MEDO desvanece e as crises de fé são superadas, quando aceitamos a presença de Deus em nossa vida pessoal e comunitária. Ele continua a garantir: “Coragem! Sou Eu. Não tenhais medo”.
+ Dia dos Pais: Os pais também não estão isentos de “tempestades”, que se formam dentro e fora da Família. Nesses momentos em que possam ter a sensação de afundar no mar da frustração e do desânimo, possam perceber essa presença de Cristo, que vem ao seu encontro com palavras de esperança. “Coragem! Sou eu. Não tenhas medo!”. Quando Cristo entrar na BARCA, o vento e as ondas param… e volta a tranquilidade… a paz.
Direto da Redação – imagens e edição de Vinícius Domingos
Padre auxiliar: Rev. José Neilo Machado
Telefone para contatos: (35) 9 2000 – 1955 (Neilo) (035) 9 99060133 (Simeão)
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