Neste terceiro domingo do Advento, o Evangelho nos apresenta, mais uma vez, a figura de João, o Batista, como personagem importante no caminho de preparação para o reconhecimento e acolhida do Senhor que já veio e, portanto, já está entre nós.
Na primeira parte do texto, o profeta apresenta o sentido da sua vocação e missão. Apresenta-se como o “ungido” do Senhor, sobre quem repousa o Espírito. Sua missão consiste em anunciar uma “boa notícia”, em curar os corações feridos, em proclamar a libertação aos prisioneiros, em promulgar “o ano da graça do Senhor”.
Os destinatários são os “pobres”, ou seja, os carentes de bens, de dignidade, de liberdade e de direitos, mas que pela sua especial situação de miséria e de necessidade são considerados os preferidos de Deus.
O Evangelho que a liturgia oferece é composto de duas partes distintas: a primeira (vv. 6-8), funciona como introdução, uma vez que faz parte do rico prólogo poético teológico, uma “introdução teológica”. E todo o Quarto Evangelho; a segunda parte (vv. 19-28) é o desenvolvimento da introdução, e corresponde à abertura da primeira seção narrativa do Quarto Evangelho, iniciada exatamente com a apresentação do testemunho de João, o Batista.
Em seu rico prólogo, o evangelista João apresenta Jesus Cristo como “logos”, palavra/verbo originário de todas as coisas. Se trata de um hino altamente cristológico, mas mesmo assim, o autor encontra razão e espaço para citar, nesse texto, a existência de um homem: “Surgiu um homem enviado por Deus; Seu nome era João”. Ao falar de Jesus e de sua vinda ao mundo, a missão de João não pode ser ignorada de forma alguma.
Como Deus nunca deixou de comunicar-se com a humanidade, ao enviar seu Filho, envia também um mensageiro para apontá-lo, para ajudar o mundo a reconhecê-lo quando chegasse a hora. Como homem enviado por Deus, o precursor é figura proeminente no despertar das consciências para a luz que veio iluminar a humanidade dominada pelas trevas: “Ele veio como testemunha da luz, para dar testemunho da luz, para que todos cheguem à fé por meio dele”.
A Palestina do tempo de Jesus vivia uma situação plena de trevas; trevas como negação da vida plena e digna. Por isso, as pessoas que estavam ansiosas por “luz” encontraram em Jesus a “Luz que vem do Alto”, o Libertador das trevas, o Messias. João, como boa testemunha da luz, tem consciência de sua missão: não assume o lugar e a competência do outro, não se deixa confundir e, por isso, se torna verdadeiramente uma testemunha do Reino de Deus.
O Advento é tempo propício para repensarmos como estamos vivendo à luz da nossa identidade cristã. É tempo que nos convida a ter a coragem de João Batista para reconhecer o que não nos identifica como pessoas iluminadas pela Palavra. Não basta afirmar ser cristão, é preciso abandonar aquilo que nega essa própria identidade.
Tudo o que confunde e enfraquece a missão do cristão deve ser retirado de sua vida, do seu caminho, coisas que a princípio parecem rosas perfumadas, e no correr do tempo, se tornam espinhos que ferem e nos fazem sofrer. Dai porque devemos estar atentos e vigilantes. Porque não sabemos a hora e o dia que Jesus voltará. É preciso ser testemunhas convincentes do Reino entre nós como fez João Batista e, em plenitude, como Jesus, o Filho de Deus.
Advento é tempo de ir ao encontro da Luz verdadeira, de acerto de contas, porque estamos no final de mais uma ano que se vai, e preciso parar e pensar em nossas ações, como estamos nos comportando, e fazer um balanço de como foi nosso ano perante as coisas de Deus, e assim imbuídos de esperança por dias melhores, possamos recomeçar uma nova página da vida, no novo ano que se aproxima. Sabendo que pela fé reconhecemos ser a fonte de vida plena que renasce a cada Natal, pois nos dá identidade e nos confia uma missão no mundo: Jesus Cristo!
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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