A liturgia da Palavra deste 4º domingo do Advento tem como centro um projeto de vida plena: a salvação definitiva de Deus para os homens. Este projeto do Amor divino é anunciado desde o Antigo Testamento.
Davi, o pastor de ovelhas, deseja construir uma habitação digna para nela depositar a Arca, sinal da Aliança e da presença de Deus no meio do povo. Contudo, o Senhor intervém, por meio do profeta Natã, e manifesta que a Aliança estabelecida com Israel e com a família de Davi é uma iniciativa do amor divino que garante estabilidade, segurança e paz para o povo de Deus.
Esta aliança é para o povo sinal de: proximidade entre Deus e a família de Davi; garantia que o próprio Deus conduzirá o povo pela história por meio dos descendentes de Davi; prosperidade, paz e justiça e eternidade da família davídica e da nação. Esta é uma promessa de fidelidade entre Deus e o seu povo, que expressa cuidado, desejo de salvar, libertar e guiar o povo no caminho da vida e da salvação.
O Evangelho narra o diálogo entre o Anjo do Senhor e a virgem de Nazaré inicia-se com o ‘Ave Cheia de graça’, uma saudação que ressoa os anúncios da salvação. De fato, é por meio dela que o salvador virá, e ela possui a predileção e o amor de Deus. Nos textos vocacionais do Antigo Testamento aparecem a expressão “o Senhor é contigo” (cf. Ex 3,12; Jr 1,8) indicando que aqueles a quem o Senhor chama contam com o seu auxílio na missão.
Este também é o chamado vocacional de Maria. Deus a chamou para ser a mãe do Messias, o Salvador, o Filho do Altíssimo. O seu Filho será o herdeiro do trono de Davi cujo reinado ‘não terá fim’. Nele todos encontrarão vida e salvação para sempre.
A resposta de Maria, assim como a de outros, começa com uma interrogação, até natural diante desse grandioso mistério: ‘como vai acontecer isso?’ O anjo responde que o Espírito Santo a cobrirá com sua sombra. Esta sombra nos remete àquela ‘coluna de nuvem’ (cf. Ex 13,21) que cobria o povo peregrino pelo deserto. Deus escolhe Maria, apesar de sua fragilidade, para se fazer presente no mundo e ofertar a toda humanidade a salvação. ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra’ é a resposta de Maria. Ser ‘serva’ é mais que ser humilde, é antes reconhecer que foi eleita por Deus, que disse sim ao seu chamado e está disposta a enfrentar tudo para cumprir as responsabilidades e enfrentar os desafios da missão.
Neste domingo no qual rezamos pelas vocações, o Senhor convida todos os homens e mulheres para o seguir e, com fidelidade, assumir a missão e o compromisso cristão de evangelizar. Não importa onde, o importante é se manter fiel aos seus princípios e evangelizar. É missão de todos nós anunciar a Boa Nova do Reino revelada em Cristo Jesus a todos os povos trazendo dignidade e salvação em muitas realidades desumanas e desiguais. De Exploradores sem entender o gesto de Maria, o amor de Deus pela humanidade. Sejamos cristãos corajosos e respondamos ao chamado que o Senhor nos dirige como Maria: “faça-se em mim segundo a sua palavra”.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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