A família é a forma básica e simples da sociedade. Principal escola de todas as virtudes sociais. Esta proposta quebra o sistema de sociedade do consumo e do descartável, que só valoriza as pessoas enquanto são capazes de produzir e gerar lucro através delas, no momento que surgem outros prazeres, se afastam sem se importarem se estão magoando alguém com sua nova forma de ser. E fazem isso porque sua nova condição de vida, não permite-lhes mais confiança nas coisas desejadas, porque se encantam com as novidades que surgem. Amar, obedecer e respeitar, ser fiel são elementos temporários de acordo com as coisas que lhes convém.
É preciso em primeiro plano respeitar e obedecer ao próprio Deus, que é origem de toda vida. – E este novo ano que se aproxima, o respeito tem que começar com nossa própria dignidade, esse jeito consiste em viver as virtudes da bondade, humildade, mansidão, tolerância, paciência e perdão, tendo como modelo o próprio Jesus Cristo que assim se relacionou com todos.
A expressão “sejam agradecidos o ano esta terminando” recorda a celebração eucarística do modo como era celebrada pelos primeiros cristãos: a escuta da Palavra, a partilha e o louvor, feito de salmos, hinos e cânticos espirituais. Paulo em suas epístolas nos fala dos relacionamentos dentro da família, baseados no perdão, no carinho, no afeto, no respeito e, acima de tudo, no amor, que é o laço da perfeição.
No Evangelho de Lucas ele escreve sobre os três dias de busca recordando os três dias em que Jesus ficou sepultado. Também a resposta que ele dá aos pais: “não sabiam que eu devo estar na casa de meu Pai?” revela sua condição de ressuscitado e glorificado. Jesus está no Templo, justamente na festa da Páscoa. Lucas não diz nada sobre o dom que a família de Jesus deveria apresentar naquela ocasião. Para quem lê o texto à luz da fé no Cristo, fica claro que é Jesus mesmo que se dá como dom ao Pai e a nós. O texto termina dizendo que Jesus voltou para casa com seus pais e permaneceu obediente a eles. Mais uma vez é na pessoa de Jesus que devemos manter os nossos olhos fixos e com Ele aprendermos a bonita arte de amar e nos relacionarmos uns com os outros. Principalmente com os elementos que fazem parte de nossa família.
As três leituras da Solenidade da Santa Mãe de Deus tratam de bênção, filiação e salvação. A bênção de Deus sobre todos os seus filhos e filhas plenifica-se com a presença do “Deus que salva”. Jesus é a bênção de Deus por excelência! A face de Deus que resplandece no meio de nós! Vimos na primeira leitura tirada do livro dos números a relação entre Deus e o ser humano que passava pela mediação.
O Evangelho vem ressaltar uma cena bonita, cheia da simplicidade onde os primeiros a receber a Boa Notícia do nascimento do Salvador foram os pastores. Estes representam duas categorias: A primeira porque eram pessoas que ocupavam um dos lugares mais baixos da pirâmide social. Eram analfabetos, não conheciam a Sagrada Escritura, não tinham acesso à vontade de Deus expressa em suas leis. Além disso, o seu ofício impedia-os da frequência assídua à sinagoga para ouvir a Palavra de Deus. Com efeito, eram considerados pecadores! Eram desprezados por todos, pois era comum o rebanho provocar perturbação por onde passava.
Para Deus, basta uma manjedoura fria, aquecida pelo amor de Maria! “Tendo-o visto, contaram o que fora dito sobre o menino” (v. 17). Aqueles que não conheciam a Palavra de Deus passam a ser anunciadores da Boa-Nova. Os pecadores anunciam a chegada de Deus! Quem recebe uma Boa Notícia e se alegra com isso não se cansa de anunciá-la para que todos participem da mesma alegria. E todos que os ouviam ficavam maravilhados. (v. 18). “Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido” (v. 20).
A Segunda leitura escrita por Paulo fala que na plenitude dos tempos, Deus enviou ao mundo seu único Filho (v. 4). Homem no meio dos homens, Jesus trouxe-nos a filiação divina. Nascido de mulher, portanto sujeito à Lei, ele liberta-nos da sua sujeição, pois nele toda Lei se cumpriu: ele é a plenitude da Lei. O fundamento consiste no amor! Amando incondicionalmente a Deus e obedecendo somente a Ele e, ao mesmo tempo, amando a cada um de nós, Jesus nos ensinou o que, de fato, consiste em ser filhos de Deus Pai! No amor, recebemos o Espírito do Filho que clama Abbá (v. 6). É por isso que em Jesus somos herdeiros, não mais escravos. Com Jesus, o Amor é a nossa Lei!
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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