A Santa Missa em seu Lar, deste domingo 20º do tempo comum é presidida pelo Padre Frei José Neilo Machado auxiliado pelo Frei Simeão Pereira Lima. Neste domingo celebramos uma festa muito cara às tradições mineiras: a festa de Maria, quando ela é levada, em corpo e alma, para o céu. A solenidade é uma grande festividade de louvor a Maria Santíssima por parte dos fiéis, que veem, ao mesmo tempo, a glória da Igreja e a prefiguração de sua própria glorificação. Festa grande, festa de solidariedade dos fiéis com aquela que é a primeira e a Mãe de todos os fiéis.
A primeira leitura, é uma descrição original do povo de Deus, que deu à luz o Salvador e depois refugiou-se. Maria assunta ao céu é sinal do povo grávido de Deus que aguarda a revelação da glória. Imagem associada da igreja, com sua missão de gerar o mundo novo. Maria se torna a nova arca da aliança, sacrário vivo, portadora de Deus que carrega em seu ventre aquele que governará seu povo.
Na segunda leitura Jesus se manifesta como vitorioso. Todo o capítulo 15 desta carta paulina é uma longa demonstração da ressurreição. Na passagem escolhida para a festa da Assunção, o apóstolo apresenta uma espécie de genealogia da ressurreição e uma ordem de prioridade na participação deste grande mistério. O primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade. Eis porque o apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue absolutamente do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida. O apóstolo não evoca Maria, mas se proclamamos esta leitura na Assunção, é porque reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição. A vitória de Jesus sobre a morte prenuncia também a nossa vitória, pois Jesus nos trouxe a salvação. Salvação para toda a humanidade. Aquele que crê em mim, mesmo que esteja morto, viverá, assegurou nos o Mestre.
Irmãos e irmãs, em Maria, sua humilde serva, Deus nos abre espaço para operar maravilhas como nossa intercessora. Nossa Senhora foi a única criatura humana a receber esse grande benefício do Criador, a encarnação do Verbo. Isso porque, por obra e graça do Espírito Santo, coube a ela o serviço de receber a encarnação do Senhor, do Filho de Deus, predestinada desde sempre, isenta de todo o pecado desde a sua concepção imaculada, preservada de toda mancha do pecado original. Tornou-se, assim, a primeira criatura na fé cristã e a primeira a ser elevada à glória do céu em corpo e alma, graça alcançada pela Ressurreição de Jesus. No encontro das duas mulheres, futuras mães, temos também a primeira proclamação de quem é o Messias prometido. Ela se torna com sua simplicidade, modelo para todos os cristãos. Mãe de todos os fiéis; a primeira a alcançar o destino glorioso reservado a todos que crêem no Senhor Jesus.
O Evangelho nos mostra a solenidade da Assunção de Maria onde figuram duas mulheres que se auxiliam. Ambas estão grávidas: Isabel está grávida de João Batista, o anunciador do Messias; Maria está grávida de Jesus, a nova arca da aliança, carrega dentro de si o Deus humano. Dessas duas mulheres – uma idosa e estéril, a outra jovem não casada não esperavam que pudessem engravidar, mas possuem ali dois ventres cheios de vida. São mulheres que reconhecem o agir do Espírito de Deus em seus corpos, um estéril o outro virginal. E para completar a cena, o encontro de duas crianças ainda no útero de suas mães.
Podemos afirmar meus queridos irmãos, que Maria saiu de si mesma, renunciou a seus interesses para servir com exclusividade o mistério de Cristo. Ela desceu, durante a sua vida terrena, aos vales da humanidade pecadora, fazendo-se, como filha, para gerar o filho do Pai Eterno, solidária com os irmãos, assumindo a condição de serva, humilhando-se em tudo, ela que estava para ser despojada de José. Sua desconfiança, sua fuga, o exílio, a visita a Isabel, que cheia do Espírito Santo a saúda com alegria e a acolhe em seu lar, proclamando que aquela mulher que ali chegava era bendita entre todas as mulheres e a identificando como a Mãe do Senhor, onde até o fruto do vosso ventre exulta de alegria. Com isabel Maria ficou três meses, isso mais uma vez nos lembra a história da arca da aliança, que permaneceu três meses na casa de Obede – Edom.
Maria portanto é a nova arca da aliança, porque carregou dentro de si, o Deus encarnado, João Batista reconhece isso, o que explica seus pulos de alegria ao acolher a novidade. E tem alguns irmãos de outras denominações religiosas que não percebem que bendito era o fruto do ventre daquela menina moça, Jesus que pelo amor de Deus ao mundo vem para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna. Maria contribuiu, para que a vontade de Deus fosse manifestada, contribuiu para a educação de Jesus, o fez homem e sábio. Depois, como mãe, sofreu, pela curta missão do filho na terra. Ela subiu com Ele a noite escura do Calvário, alcançou a manhã solar da Ressurreição, da Páscoa, da vida nova que nos foi inaugurada, chorou, e cantou para agradecer a glorificação da humildade e de sua pequenez, compreendeu a vitória sobre o pecado e a morte, as grandes coisas operadas por Deus em benefício seu e da humanidade.
Tudo o que Maria tinha a agradecer a Deus o fez em função do mistério divino humano de Jesus. Sua coroação como rainha do Céu e da terra é o coroamento de tudo o que ela cantou na casa de Isabel. Ela que se coloca desde a anunciação a serviço de Deus como meta básica da vida cristã. Trabalha com humildade para a dilatação do Reino de Deus. Humildade como virtude, humildade como meta cristã. A Virgem que recebeu, em Nazaré, o Filho de Deus hoje é elevada ao seio da Santíssima Trindade.
As maravilhas operadas em todas as coisas, as maravilhas da história da nossa salvação, onde o Deus santo e eterno nos convoca para a santidade de vida e de estado. O tempo proclama a ação de Deus em favor dos pobres e dos humildes, que tem a sua meta básica em Nossa Senhora que se despiu de tudo para servir e servir com alegria. Com o despojamento de Maria no seu sim, hoje elevada ao céu, leva consigo todos os filhos prediletos do Pai para o Nosso Lar Celestial.
É tempo ainda queridos irmãos e irmãs de agradecimento, celebrarmos a FIDELIDADE DE DEUS, o cumprimento de todas as promessas. Ao seu projeto de salvação, onde a humanidade se torna parceiro de Deus na história da salvação através de seu filho Jesus. Subindo aos Céus, Maria é considerada a primeira que teve acesso a esta fidelidade, que se transforma em comunhão perfeita e eterna com a Trindade Santíssima.
Irmãos queridos, a vida de Nossa Senhora, a “serva” assemelha-se à do “servo”, Jesus, “exaltado” por Deus por causa de sua fidelidade até a morte. O amor torna semelhantes às pessoas. Amai vos uns aos outros como eu vos tenho amado, ensinou Jesus. Em Maria, realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, o que Paulo descreve na segunda leitura: a entrada dos que pertencem a Cristo na vida gloriosa do Pai, uma vez que o Filho venceu a morte e nos deu a vida eterna.
A comunhão com Deus nos faz lembrar hoje do exemplo da Virgem Maria que aprendeu a ler os acontecimentos e a perceber neles a ação de Deus libertando o seu povo. Por isso invoquemos Maria como modelo do cristão que vai crescendo na sua resposta ao projeto desta Salvação. E assim como aconteceu com Maria, é Deus que nos atrai. Se sentirmos o desejo de segui-lo, não foi uma escolha nossa, humana, mas um chamado dele. Santa Maria mãe de Jesus, rogai por todos nós. Amém!
Direto da Redação – imagens e edição de Vinícius Domingos
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