A liturgia deste dia convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na encarnação de Jesus, a maior de todas as revelações. Ele é a “Palavra” que se fez carne e veio habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”. Sua revelação se deu de forma progressiva à humanidade. Falou muitas vezes e de muitas maneiras aos patriarcas e profetas. Por isso, a segunda leitura testemunha esta realidade. Deus mostra que ama os seres humanos.
O que significa a Encarnação do Verbo? “Verbo” quer dizer “Palavra” e a palavra serve para comunicar alguma coisa aos outros. João nos revela que o Filho de Deus é a Palavra do Pai. Em seu Evangelho, desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/Palavra é levar a plenitude a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o homem que vive uma relação filial com Deus.
Sendo assim, a Palavra pode revelar para nós quem é o Pai, ao mesmo tempo em que apresentou quem somos para Ele. Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, “filhos de Deus”. Neste diálogo, revelou-se qual é o projeto do Reino para toda a humanidade. Para conhecer o Pai, portanto, é preciso contemplar Cristo. É Ele mesmo quem garante: “Eu e o Pai somos um”.
O Papa São Leão Magno fez um apelo que podemos ouvir neste dia: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade! Não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra de que cabeça e de que corpo és membro. Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne!”. “Hoje, a Paz verdadeira desceu-nos do céu; hoje, os céus e a terra espalham doçura; hoje, raiou o dia do novo resgate de eterna alegria, há muito esperado! Cantai ao Senhor Deus um canto novo; cantai ao Senhor Deus ó terra inteira… na presença do Senhor, pois ele vem!”
Embora se tenha passado mais de dois mil anos, Jesus, Luz do Alto, ainda não foi acolhido por todos no mundo. A libertação plena ainda continua em gestação! A luta áspera entre a Luz vinda do céu e as trevas do pecado, continua presente. À medida que nós formos novos em Cristo, também nossa “carne”, nossa vida e história serão uma palavra de Deus para os nossos irmãos e irmãs, e mostrarão ao mundo o verdadeiro rosto de Deus: um rosto de amor, paz e ternura como aquele que contemplamos hoje no presépio.
Jesus Cristo é a Palavra viva e definitiva de Deus, que revela aos homens o verdadeiro caminho para chegar à salvação. Celebrar o seu nascimento é acolher essa Palavra viva de Deus. “Escutar” essa Palavra é acolher o projeto que Jesus veio apresentar e fazer dele a nossa referência, o critério fundamental que orienta as nossas atitudes e as nossas opções.
Celebrar o nascimento de Jesus é, em primeiro lugar, contemplar o amor de um Deus que nunca abandonou os homens à sua sorte; por isso, rompeu as distâncias, encontrou forma de dialogar com o homem e enviou o próprio Filho para conduzir a todos ao encontro da vida definitiva, da salvação plena
Direto do Santa Missa em Seu Lar gravado nos Estúdios da TVJC
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