Este 2º Domingo da Páscoa conclui a Oitava da Páscoa como um único dia “feito pelo Senhor”, marcado pelo distintivo da Ressurreição e da alegria dos discípulos ao ver Jesus. São João Paulo II dedicou o presente Domingo à Divina Misericórdia,. A Misericórdia é a veste de luz que o Senhor nos concedeu no Batismo. Não devemos deixar que esta luz se apague; ao contrário, ela deve crescer em nós todos os dias, para levar ao mundo o feliz anúncio de Deus. Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais” (João 11,25-26). Também nossa homenagem ao 7º Dia de Morte do Papa Francisco é lembrada n celebração com muita saudade.
No Evangelho, testemunhamos uma transformação radical de toda comunidade. Não é somente o Apóstolo Tomé que passa da incredulidade para a confissão da Fé, mas toda comunidade que estava de portas fechadas. Todos eles estavam fechados à ação de Deus. Jesus veio, colocou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco”. Só quando estamos certos de que Jesus está no meio de nós, que está no centro de nossas vidas é que podemos ser felizes de novo. Isto porque, agora, o medo dá lugar à alegria: O texto afirma: “os discípulos se alegraram por verem o Senhor”. Eles são transformados e recriados pelo sopro do Ressuscitado. Jesus concede a eles sua paz e os envia como seus representantes. Para isso, derrama seu Espírito que capacita para a tarefa da reconciliação. Na comunidade, Deus acolhe e abraça cada pessoa, especialmente os mais fracos e desanimados.
Como Cristo deixou Tomé tocar suas feridas, cada membro da comunidade também deve se abrir para ser transformado e curado. Não precisamos esconder nossas fraquezas ou pecados, nem a necessidade de ajuda. Pelo contrário, estejamos abertos à ação de Deus que, inclusive, age nos irmãos e irmãs e, especialmente, na missão da Igreja. Pela Misericórdia, somos curados e libertos para o Reino.
No final do Evangelho, o Apóstolo explicita o objetivo da sua obra: levar o leitor à fé em Cristo para que tenha a vida eterna. Esse é o primeiro objetivo inerente à Leitura Orante da Bíblia: confessar que Jesus é o Filho de Deus. Mas, precisamos abrir bem nossos olhos e coração, pois dizer “meu Senhor e meu Deus” não é somente ir à igreja e rezar em casa. Isso seria relativamente fácil. Crer em Jesus é crer também no Reino de Deus que já entre nós leva-nos a sermos testemunhas e promotores da paz mundial, da justiça social, da preservação da Casa Comum e tantas outras atitudes que valorizam e defendem a vida.
Recordando aqui o Pontífice, a frase dita por Jesus a Marta pode ser vista como uma autorrevelação, pois suas palavras prevalecem sobre a escuridão e o grave luto causado pela morte de Lázaro. Marta, recorda nos o Santo Padre, professa sua fé quando afirma: “Eu creio firmemente que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que deve vir ao mundo” (João 11,27). “A esperança de Marta se desloca para o presente. A ressurreição já está perto dela, presente na pessoa de Cristo”, complementou.
Jesus chama homens e mulheres a crerem na ressurreição não como uma miragem, mas como um acontecimento presente que já os toca, conforme afirmava o Papa. A esperança do cristão, observava Francisco em suas homilias, não dissimula a desolação que se sente humanamente diante da morte.
“O próprio Jesus ao ver as irmãs de Lázaro chorando, não escondeu sua comoção – como descreve São João, Ele começou a chorar. Solidário conosco em tudo, menos no pecado, também experimentou o luto e a amargura das lágrimas diante da perda de uma pessoa querida”, e qui destacamos o Pontífice morto na ultima segunda-feira, após celebrar um dia antes, a ressurreição de Jesus. O Santo Padre disse que o choro de Jesus não diminui a luz da verdade que emana da sua revelação e que se faz presente na ressurreição de Lázaro. “Neste dia, portanto, é a nós que o Senhor repete: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’. Ele nos chama a renovar o grande salto da fé, entrando desde agora à luz da ressurreição, e por uma ironia do destino, levou o santo papa, para nossa já saudade eterna”.
Ao afirmar que todo aquele que vive e crê n’Ele não morrerá para sempre, Jesus questiona Marta: “Crês nisto?”. Acreditar nas palavras de Cristo muda a forma de homens e mulheres verem as coisas e até a morte de maneira diferente. O Papa Francisco sempre defendeu que o olhar da fé vê o invisível e faz com que cada acontecimento seja avaliado sob outra dimensão, a da eternidade.
Ao recordar o livro bíblico da Sabedoria, o Pontífice afirmou que, na perspectiva da fé, a morte não aparece como uma desgraça, mas como um ato providencial do Senhor, cujo pensamentos não coincidem com os pensamentos humanos. “Segundo a perspectiva de Deus, dizia ele, uma verdadeira velhice é uma vida imaculada. Os desígnios amorosos de Deus sobre os seus escolhidos escapam à realidade mundana”.
Diante da oração pelos cardeais e bispos falecidos no último ano, o Papa exortou os fiéis a pedirem ao Senhor que ajude todos a considerarem corretamente a sua parábola existencial. “Pedimos para dissolver esta tristeza negativa que, às vezes, se apodera de nós como se tudo acabasse com a morte. Trata-se de um pensamento distante da fé que vem se juntar ao medo humano de ter que morrer e que ninguém pode considerar-se totalmente imune”, refletiu naquela oportunidade.
Francisco defendeu que, perante o enigma da morte, os cristãos devem converter-se. “Diariamente somos chamados a ir mais além da imagem que instintivamente temos de que a morte é a aniquilação de uma pessoa, transcender a aparência visível dos pensamentos prefixados e óbvios, às opiniões comuns, para confiarmos plenamente no Senhor que declara: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’”.
As palavras de autorrevelação de Jesus, se acolhidas com fé – sublinhou o Santo Padre, fazem com que as orações aos falecidos sejam verdadeiramente cristãs e permitem que todos tenham uma visão verídica da existência, compreendendo o sentido e o valor do bem que os mortos realizaram, do serviço que executaram de forma altruísta e compreender o que significa viver aspirando, não a uma pátria terrena, mas a uma melhor, isto é, voltar a pátria celeste.
“Recordemos com gratidão o testemunho do Papa Francisco, dos cardeais que tem a dificil missão de escolher um novo líder para ocupar sua vaga, que os bispos falecidos que viveram a fidelidade à vontade divina o acolham e o levem a presença de Deus, foi um homem que dedicou toda sua vida aos menos favorecidos. Rezemos por ele neste sétimo dia de sua partida procurando seguir o seu exemplo. Que o Senhor derrame sempre o seu espírito de sabedoria sobre nós, particularmente neste tempo de provação, sobretudo nessas horas que o caminho se torna triste e mais difícil, Francisco não nos abandona ele permanece conosco, fiel à sua promessa como disse Jesus: ”Eu estarei sempre convosco até o fim dos tempos” (Mt 28,20). E nesta hora de despedido, fazemos nossas as palavras de São João Paulo II até breve Papa Francisco! Até breve!
Direto dos Estúdios da TVJC – Santa Missa em Seu Lar
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