Aos queridos irmãos e queridas irmãs a liturgia deste ultimo domingo do mês de agosto, nos convida a descobrir a “loucura da cruz”. Ela não se reduz ao instrumento de morte, mas torna-se o penhor da salvação. Por ela, vemos a radicalidade do amor de Jesus por nós. Na cruz encontramos a doação em seu máximo testemunho.
Na primeira leitura, Jeremias descreve sua experiência desolado. Sentiu que Deus o chamava a ser profeta. Viveu numa época histórica bastante conturbada: período de grande instabilidade, de injustiças sociais gritantes, de infidelidade religiosa. Sua pregação não foi apreciada, pois era considerado um “profeta da desgraça”.
Mas ele é o paradigma dos profetas que sofreram por causa da sua missão. Estava, verdadeiramente, apaixonado pela Palavra do Senhor e sabia que não teria descanso se não a proclamasse com fidelidade. – Seduzido pelo Senhor e embalado por suas promessas, o profeta colocou toda a sua vida a serviço de Deus e dos seus projetos. Às vezes, sentiu-se abandonado, entregue aos insultos e zombarias de seus adversários. Ele conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição. Contudo, o amor por Deus e sua Palavra é tão vivo em seu coração que é inútil resistir. Continuou o serviço da Palavra na firme esperança de que estava no caminho certo e que ao final da jornada iria encontrar-se com Aquele que lhe havia chamado e nunca o abandonou.
A segunda leitura convida os cristãos a oferecerem sua existência de cada dia a Deus, comportando-se de acordo com as exigências da sua condição de batizados. Esta adesão a Deus não é simplesmente uma certeza teórica, mas é um conhecimento que envolve toda a vida. Viver em Cristo é a maior de todas as graças que o Senhor pode oferecer!
Os seguidores de Cristo são os que vivem o n’Ele e para Ele. Essa vivência será uma oferta, um “sacrifício vivo, santo e agradável”, uma vez que a coerência de vida é um desafio em todos os tempos. Entregar-se a Deus é optar pelos valores do Reino distanciando-se do egoísmo, violências, maldades e pecados que habitam neste mundo. A vida nova em Cristo requer do discípulo um coração convertido capaz de discernir a vontade de Deus e viver, com fidelidade, os seus projetos de solidariedade, justiça e paz para todos.
No Evangelho, Jesus explica aos seus discípulos o sentido autêntico do seu messianismo e da sua filiação divina. Estes não passam por triunfos e êxitos humanos, mas pela cruz. Avisa aos discípulos que viver e seguir o Mestre é trilhar um caminho de entrega e doação da própria vida. Em suas palavras encontramos uma catequese sobre a cruz que aparece em seu caminho. É conveniente que os crentes recordem que o caminho cristão é exigente e desafiante. Os aplausos e êxitos não deverão ser as primeiras referências a serem buscadas, mas a fidelidade e a constância na fé. Como Jeremias na primeira leitura, o cristão poderá sofrer injúrias por causa da coerência de vida e fidelidade ao Reino.
Todavia, o Senhor sabe que nossa compreensão sobre o mistério da cruz é vacilante como a de Pedro no Evangelho de hoje. Por vezes, custamos entender que os sofrimentos, embora sejam cruéis, podem nos oferecer um verdadeiro crescimento espiritual. Jesus repreende Pedro para que ele cresça na fé e tenha a coragem de assumir com maturidade a missão que lhe está sendo proposta. A vida nova em Cristo e o Reino de Deus são realidades certas, pois é o Senhor quem nos garante por seu testemunho de vida. Aos discípulos fica um convite: “Se alguém quer me seguir, renuncia a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”.
Que sejamos dóceis ao convite do Senhor e tenhamos a coragem de integrar a comunidade do Reino assumindo nossa cruz e fazendo renúncias para vivermos em Cristo.
Direto da Redação – imagens e edição de Vinícius Domingos
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