Na celebração deste domingo do Tempo Comum o Reverendo Frei Simeão Pereira Lima em sua homilia afirma que o maior Mandamento é o Amor concretizado através da defesa dos mais necessitados e desprotegidos conforme a Liturgia desta celebração. Deus exige a Israel a misericórdia, hospitalidade e a compaixão.
No Antigo Testamento, o Amor ao próximo era visto em relação a Deus, como respeito à sua lei e como reflexo do seu amor para com os homens… Mas é, sobretudo, no Novo Testamento que é iluminado e aperfeiçoado pela doutrina de Jesus, como se pode ver no Evangelho apresentado na celebração da Santa Missa em seu Lar hoje.
Paulo por sua vez destaca o exemplo de Amor vivido pelos cristãos de Tessalônica. Este exemplo, tornou-se semente de fé e amor, que deu frutos em outras comunidades. No Evangelho, Jesus resume toda a LEI no Amor: Amor a Deus e aos irmãos. Segue o confronto de Jesus com as lideranças judaicas. Os fariseus apresentam armadilhas bem montadas, destinadas a provocar afirmações polêmicas de Jesus, para poder acusá-lo e condená-lo.
Os fariseus perguntam a Jesus: “Qual é o maior dos mandamentos?” Esta questão do maior mandamento era muito polêmica entre os líderes religiosos daquele tempo. Alguns afirmavam que o maior de todos os mandamentos era guardar o sábado. Outros diziam que todos os mandamentos tinham o mesmo valor. Ademais os judeus tinham 613 mandamentos (a maioria, proibições). Era um grande emaranhado de preceitos e prescrições. Muita gente hoje tem dificuldade em recordar de cor os 10 mandamentos. Imaginem a dificuldade para lembrar e cumprir todas essas normas.
Jesus responde, buscando fundamentação em duas passagens da Bíblia:
- Deuteronômio: “Amarás o Senhor teu Deus com todas…” (Dt 6,5)
- Levítico: “Amarás teu próximo como a ti mesmo…” (Lv 19,18).
Esses dois mandamentos já eram conhecidos. Definem o Amor a Deus e ao irmão como o centro essencial da Lei; Portanto, não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda. Para Jesus, os dois amores (a Deus e ao Próximo) possuem igual importância, pois são a raiz de todos os demais mandamentos. A Lei e os Profetas são apenas comentários a estes dois mandamentos. O amor a Deus é fonte de serviço ao próximo e o amor ao próximo deve ser expressão concreta do nosso grande amor a Deus. Esses dois mandamentos são a expressão maior da vontade de Deus. São o resumo de toda a Bíblia.
Ao longo dos dois mil anos de cristianismo fomos criando muitos mandamentos, preceitos, proibições, exigências, opiniões, pecados e virtudes, que arrastamos pesadamente pela história. E acabamos perdendo a noção do que é verdadeiramente importante. Hoje, ficamos discutindo certas questões secundárias, sem discernir muitas vezes o essencial da proposta de Jesus.
O Evangelho deste domingo é claro: o essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos. Para o cristão, o Amor é fundamental, porque Deus é amor e ama o homem, e o homem é um ser criado para amar. Talvez tenhamos de remover muito lixo acumulado com o tempo, que nos impede de compreender, de viver, de anunciar e de testemunhar o cerne da proposta de Jesus.
Nós manifestamos O AMOR A DEUS quando mantemos na Escuta de sua Palavra e quando nos dispomos a cumprir a sua vontade. Quando esforçamo-nos de fato, em escutar as suas propostas, mantendo um diálogo pessoal com Ele, refletindo e interiorizando a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele nos interpela na vida de cada dia. E por último, tendo o coração aberto às suas propostas. Procurando ser uma testemunha profética de Seu Reino.
O AMOR AOS IRMÃOS nós só iremos manifestar, quando darmos a atenção às pessoas que encontramos pelos caminhos da vida; ao sentirmos mais solidários com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa; ao partilhar as desilusões e esperanças do próximo; ao fazer da nossa vida um dom total a todos. E por último, quando mostrarmos a este mundo a qual vivemos, que, o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha e a fé são frutos do amor a Deus que é refletida ao próximo.
Que neste último domingo do mês do Missionário, o bom Deus nos de a graça de vivermos intensamente estes dois amores: A DEUS, E AO PRÓXIMO. Só assim, crescerá em nós um novo “Ardor Missionário de paz e bem.
Direto da Redação com imagens e edição de Vinicius Domingos
Padre auxiliar: Frei José Neilo Machado
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