Os evangelhos de hoje registram várias aparições de Jesus Ressuscitado: os privilegiados destas aparições foram Maria Madalena, os discípulos de Emaús, os apóstolos e tantas outras pessoas. Pena que não tem registro de Sua aparição a Nossa Senhora, sua mãe, mas não temos dúvidas de que isso deve ter acontecido, antes ainda de Jesus aparecer a Maria Madalena. Mesmo com um misto de espanto ou incredulidade inicial, a vitória de Jesus sobre a morte tornou-se o motivo principal da pregação evangelizadora dos apóstolos. As multidões ficavam admiradas diante deles que tinham sido testemunhas oculares do maior milagre acontecido na história.
Na primeira leitura em seu discurso Pedro demonstra muita coragem ao acusar os que mataram o Justo por excelência. Ressuscitado por Deus, Jesus continua vivo na comunidade, realizando, por meio dos seguidores, os gestos libertadores do que realizou em vida.
Na segunda leitura vivendo os mandamentos de Deus, rompemos com o pecado e assumimos a vontade divina. Em que pesem nossas fraquezas, temos diante de Deus um defensor: Jesus Cristo. O caminho do renascimento passa pela confissão humilde e sincera de nossa incapacidade de salvação, a qual é dom de Deus.
No Evangelho, o grande dom da paz, a partilha e a reconciliação são sinais que confirmam a presença do Ressuscitado na vida de cada um na comunidade. A partir disso, começamos a entender o cumprimento da Escritura, a qual, como luz pode desvelar as dúvidas e iluminar a escuridão acerca do futuro do ser humano.
Jesus deixa a situação de morte e volta-se para a Luz. Volta para nos libertar, nos resgatar, nos tirar do cativeiro que a morte ocasiona em nossa vida, principalmente em tempos de pandemia, da qual estamos convivendo diariamente, com o perigo, em isolamento social, onda roxa, sem sabermos quem será a próxima vítima.
Mas há luz nesta trajetória, há esperança e vida abundante no final desta triste história. Porque Jesus ressuscitou, nossa vida passa a ter sentido. Assim como o Senhor desceu à mansão dos mortos, ele ressurge em glória para trazer vida aos que esperavam em Deus e nele depositam sua confiança para dias melhores. Olhemos, hoje, para Jesus Ressuscitado com alegria. Ele está vivo no meio de nós. A nossa fé, o fundamento dela é a Ressurreição de Jesus, é porque Ele ressuscitou que a nossa vida mudou, nossa vida tem sentido, nossa fé tem razão de ser. Porque vemos esperança para todos no final deste túnel.
É no Cristo Ressuscitado que está o motivo de estarmos juntos, é n’Ele que somos batizados, que recebemos a Eucaristia, é n’Ele que está a luz da Palavra. E é por isso que o nosso coração não pode sair d’Ele, da vida nova que Ele nos trouxe ao ressurgir dos mortos. Jesus é quem vem nos trazer a paz e, assim como aconteceu com os Seus seguidores, quando nos reunimos em Seu Nome o Seu Espírito se manifesta e sentimos a Sua presença viva e operante entre nós. Para que possamos compreender melhor Jesus, precisamos nos aproximar Dele, tocá-Lo e alimentarmo-nos com Ele.
Jesus aparece aos seus discípulos e lhes diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO. Prova-lhes a Sua autêntica Ressurreição e lhes confirma na paz. Ele é a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, para todos. E para que suas palavras não fiquem somente no ar, mostra-lhes as mãos, o peito e os pés rasgados, feridos, machucados. Vede minhas mãos e meus pés; porque eu sou! Apalpai-me e vede que um espírito carne e ossos não tem, como me vedes que tenho corpo denso e palpável.
Estas palavras indicam que Jesus se apresentou a eles como um homem normal, com as mesmas características que tinha na vida mortal que os discípulos tão bem conheciam. Daí que podemos traduzir livremente porque ele disse eu sou, porque era ele mesmo que os discípulos conheciam. Não era outra pessoa a que estavam vendo. E em vista disso, anima-lhes a apalpar seu corpo e a ver mãos e pés que estavam com os sinais ainda das suas chagas.
Se estas palavras têm algum sentido histórico, podemos manifestar que Jesus está vivo, que a morte não o venceu, que a vida do além tem uma continuação. Sobre o modo de pensar de alguns teólogos que dizem que a ressurreição é uma forma de vida só espiritual. Vemos como Jesus se manifesta em corpo vivo e que não existe sentido em afirmar que só o espírito vive e o corpo como que se destrói e não alcança a nova vida. Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, mesmo que esteja morto viverá! Disse Jesus em seus ensinamentos.
Diante do escândalo da cruz que na época era muito maior do que nos dias de hoje, além da sua presença no meio deles, era necessário que Ele provasse ser tudo conforme às Escrituras preverão. Os caminhos de Deus consistem, como afirmava Paulo, em mostrar sua sabedoria e fortaleza no que é loucura e fraqueza para os homens. Daí, que a maior esperança seja a de ouvir as Palavras e sentir a presença do mestre novamente entre eles. Não, com um corpo humano, mas sim um corpo glorioso, embora aparentemente, um Jesus histórico que se pode tocar, comer com eles e, dentro de uma experiência íntima. Que lhes diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
«Era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre Ele na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos». Então «ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras», como já o havia feito com os discípulos de Emaús. Também quer o Senhor abrir nosso sentido diante das Escrituras; deseja transformar o nosso pobre coração num coração que seja também ardente, como o seu: com a explicação da Escritura e a fração do Pão, a Eucaristia. Por outras palavras: a tarefa do cristão é ser testemunha de sua história e que entendamos o que ele quis dizer quando disse: A paz esteja convosco!
O Evangelho conclui com esta afirmação: “Vós sois testemunhas de tudo isso”. Ser testemunha de Jesus, por um lado, requer de nós coragem e generosidade uns para com os outros e pode trazer nos serias consequências: por outro lado, identifica-nos como portadores da alegre boa nova da ressurreição; Vida nova que surge por meio da superação da dor e do sofrimento. Que Cresce a cada amanhecer, porque a esperança se renova a cada dia. Testemunhar é contagiar pessoas para que olhem a vida com otimismo e perseverança, apesar dos desafios que estamos enfrentando, queremos que a paz de Cristo esteja de fato conosco! Amém!!
Direto da Santa Missa
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