Diante da difícil situação em que se encontra o mundo e a própria Igreja, somos tentados a perguntar: Onde está Deus? No entanto, antes de subir aos céus, Jesus promete-nos a sua presença: não uma presença esporádica, mas uma união contínua, “todos os dias”. No abismo mais profundo de nossas crises e sofrimentos que estamos atravessando com essa pandemia, interminável, temos a certeza de que não estamos sozinhos: Jesus está conosco.
Aparecendo diante dos Seus discípulos, pela última vez depois ter ressuscitado, Jesus não se abalou quando viu que alguns ainda duvidavam. Ele conhecia suas fraquezas humanas, mas sabia também, que eles tinham um coração adorador e eram confiantes na Sua Palavra.
Por isso, falou com autoridade para que eles continuassem aqui na terra a missão de formar discípulos dele e batizá-los no Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Este mandato é também para nós, hoje, herdeiros de Deus e discípulos de Jesus Cristo.
Estas palavras de Jesus confirma a nossa missão de missionários do reino e, também, que somos enviados pela Santíssima Trindade para o propósito de evangelizar. A nossa missão é observar tudo o que Jesus nos ordenou e assim ensinar a todos aqueles a quem encontrarmos.
Muito bem! Estas palavras de Nosso Senhor colocam-nos diante do mistério maravilhoso que é o “tempo da Igreja”, período que vai de Sua Ascensão aos céus até a Sua segunda vinda gloriosa. Mesmo tendo subido aos céus, Ele promete: “Estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Diante de qualquer situação difícil perguntamos a nós mesmos: por que o Senhor permite que essas coisas aconteçam? É como se a barca da Igreja estivesse naufragando e Jesus parecesse dormir. No entanto, as palavras de Jesus ao final do Evangelho de São Mateus garantem-nos a Sua presença; “todos os dias”.
“Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”. Como rezamos no Credo, “Jesus Cristo está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso”. Isto deve apaziguar o nosso coração. E se Ele permite que nos venham provações e tempestades, é porque Ele quer a santificação dos justos. Ele, que passou pela Cruz, “pelo vale tenebroso”, quer que nós respondamos ao Seu amor, com generosidade, abnegação e confiança para dias melhores.
“Ide e fazei discípulos meus todos os povos”, diz Jesus. De que modo? Primeiro, “batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”; e, segundo, “ensinando-os a observar tudo o que ele ordenou”. Então, antes de qualquer coisa, para sermos verdadeiros discípulos de Jesus, é necessário que cultivemos uma vida sacramental intensa, por meio da Confissão e Comunhão frequentes. A Igreja é missionária, não por uma questão de “marketing”, para aumentar o número de fiéis. Ainda que, absurdamente, ninguém se convertesse com a pregação do Evangelho, valeria a pena anunciá-lo do alto dos telhados, porque, com isso, estaríamos amando a Cristo.
Aproximando-se a solenidade de Pentecostes, Jesus pede a Seus discípulos que não deixem Jerusalém. Os apóstolos obedecem e permanecem com Maria para implorar a Deus o grande dom do Espírito Santo. Do mesmo modo, é necessário que nós, aproveitando os momentos de reflexão que a Igreja propõe aos fiéis nesses dias, imploremos com ardor o Espírito Santo, para que nos conceda as graças atuais de que precisamos para amar de verdade ao Senhor. O amor que está dentro de nós pelo estado de graça deve passar da potência ao ato. Isto só é possível com o auxílio divino.
É claro que, com os dons do Espírito Santo estão em nós. Para que sejamos ativos, é necessária a graça de Deus. Os dons do Espírito – desde a sabedoria até o temor de Deus – são como velas de um navio: sem o vento a soprar sobre elas, não produzem nenhum efeito.
Por isso, é importante rezar, ter verdadeiramente uma vida de oração. Que a nossa oração seja humilde – não podemos nos aproximar de Deus como alguém a exigir algo num balcão de bar, todos somos mendigos da Sua graça –, confiante – pois Ele prometeu que nos daria Sua graça, se lhe pedíssemos –, que fossemos perseverantes – Deus demora não porque não nos ama, mas porque quer ver crescer em nós o desejo das coisas santas, da confiança nele que só aumenta com a demora – que fiquemos atentos crendo. Peçamos ao Espírito Santo que sopre as velas do nosso coração e nos ajude a enfrentar esta tempestade para continuarmos navegando no oceano do Espírito, que faz balançar a nave da Igreja. Joelhos no chão, coração confiante e olhos fixos na Virgem Santíssima: ela nos auxilia a rezar. Amém!
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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