Hoje, Jesus nos oferece duas imagens de grande intensidade espiritual: a parábola do crescimento da semente e a parábola do grão de mostarda. São imagens da vida ordinária que resultavam na vida de familiares, aos homens e mulheres que o escutavam, acostumados como estavam a semear, regar e colher. Jesus utiliza algo que lhes era conhecido —a agricultura—para lhes ilustrar sobre algo que não lhes era conhecido: O Reino de Deus.
Efetivamente, o Senhor lhes revela algo de seu reino espiritual. Na primeira parábola lhes disse: «O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra» e introduz a segunda dizendo: «Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus (…)? É como um grão de mostarda ».
A maior parte de nós temos já pouco em comum com os homens e mulheres do tempo de Jesus e, porém, estas parábolas continuam ressoando nas nossas mentes modernas, porque detrás do semear, do regar e da colheita, intuímos o que Jesus nos está dizendo: Deus enxertou algo divino nos nossos corações humanos.
Jesus é o Reino de Deus. E nossa alma «é o lugar essencial onde se encontra o Reino de Deus»- Deus quer viver e crescer no nosso interior! Procuremos a sabedoria de Deus e obedeçamos a suas insinuações interiores; se o fazemos, então nossa vida adquirirá uma força e intensidade difíceis de imaginar.
Se correspondermos pacientemente a sua graça, sua vida divina crescerá na nossa alma como a semente cresce no campo. A semente de Deus está em nós. Se o agricultor é inteligente e trabalhador, crescerá para ser Deus, cuja semente é, seus frutos serão da natureza de Deus. «A semente da pera se transforma em árvore da pera; a semente da noz; em árvore de nogueira, a semente de Deus, se transforma em Deus».
Na primeira leitura Deus é o Senhor da história, ele tem soberania sobre a natureza e a humanidade. O profeta procura trazer consolação ao povo exilado na babilônia, apontando para a “esperança messiânica”, o tempo em que todas as nações terão abrigo e proteção. Estamos sempre em processo de buscas e saídas.
Na segunda leitura a exemplo de Paulo, talvez nos questionamos se é melhor habitar no corpo ou exilar-se do corpo. Não se trata de desprezar o corpo ou fugir dele (para os gregos ele era a prisão da alma), mas valorizá-lo como morada do espírito e membro do Cristo, Não obstante sua fuga a cidade. Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor, esclarece Paulo aos coríntios.
Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.
O Reino de Deus requer nossa esperança, nossa confiança em que, se semearmos, Deus agirá e fara a semente frutificar sem que se quer saibamos como. Pois a semente divina tem em si o poder de se transformar e frutificar, independentemente de nossas capacidades ou limites, acertos ou fracassos. A seu tempo, no ritmo do Reino, a semente, com certeza, dará frutos. Portanto, a lição que tiramos destas parábolas é que nas pequenas sementes semeadas, nos pequenos gestos de bondade, ele continua a agir, fazendo acontecer desde já o Reinado do seu amor, onde todos encontrarão morada e participarão da alegria da colheita. Amém
Direto da Santa Missa
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