A solenidade que celebramos hoje é uma das festas mais antigas do calendário litúrgico da Igreja. Sua trajetória nos remonta ao século IV. – Pedro e Paulo são venerados como as “Colunas da Igreja”. Sobre a proclamação da fé de Pedro o Senhor construiu a sua Igreja. Essa é a mesma fé que Paulo guardou até o derramamento do sangue e que ele anunciou, como apóstolo e advogado dos gentios.
E é sobre essa fé, em Jesus Cristo, “o Filho do Deus vivo”, que nós nos agregamos como “pedras vivas na construção de uma casa espiritual” e formamos um “sacerdócio santo, que oferece sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo”.
A 1ª Leitura nos apresenta que a perseguição à Igreja chega até os Apóstolos. Tiago é morto e Pedro é colocado na prisão, e Herodes via “que isso agradava aos judeus”. Ainda nos dias de hoje vemos quanto mal fazem as autoridades que, para se manterem no poder, procuram agradar às massas em vez de trabalharem pela justiça e pela verdade.
A Igreja, por sua vez, reza pelo seu líder e pastor. O Senhor Jesus deu a Pedro este lugar de liderança e pastoreio sobre a Igreja. A Igreja acolhe seu chefe, vê nele um sinal de unidade e, por isso, reza por ele em sua tribulação.
A oração da Igreja chega até o coração de Deus que o liberta de modo extraordinário. Pedro é libertado, pois sua missão deve continuar. O Senhor protege e cuida daqueles a quem chama.
É o mesmo sentimento que Paulo carrega e expressa na Segunda Carta a Timóteo: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão”.
Ao olhar para trás, Pedro percebe que não era uma visão, mas o próprio Senhor quem enviou o seu anjo para libertá-lo. Paulo, ao completar a sua missão, olha para trás e expressa o mesmo sentimento de gratidão ao Senhor por tê-lo conduzido em todos os momentos até o fim: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, o justo juiz, me dará naquele dia”.
No Evangelho, a reunião de Jesus com os apóstolos é o espaço para o salto da fé. Toda a experiência do tempo com o Senhor, do anúncio do Evangelho, deve suscitar em quem o recebe uma resposta de fé.
Pedro foi o primeiro a dar essa resposta, por isso o Senhor o torna “Pedra”, sobre a qual edificará a fé de todos os que vierem depois. Por isso ele é o líder dos Apóstolos e de toda a Igreja. Na pessoa de Pedro, o povo de Deus ainda é pastoreado naqueles que são os seus sucessores.
Paulo abraça a mesma fé de Pedro e a anuncia. Ele não é um discípulo da primeira hora, mas foi alcançado pelo Senhor na estrada de Damasco.
A extraordinária e fiel missão destes apóstolos deram as bases sólidas para a Igreja que somos hoje. Contudo, eles realizaram tal missão em sua humanidade, e é importante para a nossa fé que enxerguemos isso: Pedro que chegou a negar o Senhor por três vezes, Paulo que perseguia a Igreja e, como ele mesmo afirma, é um portador de um espinho na carne.
Eles nos ensinam que é nas mãos de seres humanos que o Senhor deposita a sua missão e é no processo evangelizador que nos aproximamos da santidade, até podermos dizer como Paulo: “Já não sou eu que vivo; é Cristo quem vive em mim”.
O Senhor nos convida e nos busca para esta experiência pessoal com Ele. Uma experiência que há de transformar as nossas vidas, reforçar a nossa fidelidade, e nos entusiasmar para o Apostolado. A Igreja é Católica, Apostólica, em primeiro lugar por esses dois que guardaram a fé e a testemunharam até o sangue.
E nós somos chamados ao mesmo esforço: anunciar o Evangelho desde a vida. Em primeiro lugar chegue o nosso testemunho alegre e firme daqueles que se encontraram com o Senhor e proclamam que Ele é o Salvador, o Filho do Deus vivo!
Direto da Santa Missa
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