Deus sempre necessitou de homens e mulheres para anunciar a libertação e salvação. Ao longo da Sagrada Escritura vemos pessoas seduzidas por Deus Pai e por Jesus. Dessa experiência nascem inúmeros profetas com sua vocação e missão.
- Na primeira leitura encontramos dois personagens: Amasias, o sacerdote de Betel, bem remunerado, repleto de favores e de privilégios. E Amós, pastor rude e pobre. Comparando os dois, vemos que Amasias é o “homem do momento”, do sucesso. É aclamado e respeitado, ocupa uma posição de prestígio e é amigo dos poderosos. Mas não está preocupado em denunciar as injustiças de sua época. Beneficia-se delas, tira proveito da miséria e do sofrimento do povo. Não assume a sua vocação nem sua verdadeira missão. Amós, ao contrário, é pobre, mas independente. Pode falar tudo o que pensa porque não tem nada a perder. Não tem falsos interesses e privilégios a defender. Não deve nada a ninguém. Escolhe ser pobre para ser livre. Isto resume as condições estabelecidas por Jesus, no Evangelho de hoje. Ele serve para os chamados a serem testemunhas fiéis da Sua Palavra. Desapegados de tudo devem reproduzir a figura de Amós, não a de Amasias.
O verdadeiro profeta tem uma vocação e uma missão especial. Trata-se de um homem desapegado de seu mundo e de si mesmo. Disponível para anunciar uma palavra que não é sua, mas de Deus. O mesmo se pode dizer do apóstolo de Cristo. A descrição de sua bagagem demonstra as exigências que são a base da ação missionária: “E ordenou-lhes que não levassem nada para a viagem, além do bastão”. O desapego é também o abandono de preconceitos e sentimentos perigosos. Quem anuncia não deve ter nada que pese. Deve ser leve e desembaraçado, como nos mostra Amós na primeira leitura. – O que se requer do profeta é um despojamento de tudo. Não confiar na própria capacidade nem em seu espírito de iniciativa. Deve se tornar servo de uma mensagem maior que seus pequenos interesses e desejos. Este é o plano de Deus.
O grande desafio de nossa missão é ter a consciência de que recebemos tudo de Deus mas nem tudo é apenas nosso. É preciso desprendimento e renúncia aos bens e vantagens que tentam nos distanciar da vida simples e humilde sonhada por Deus para o ser humano. Aquele que se ocupa demais com as coisas desta vida perde a direção da eternidade e se afasta de sua missão profética e missionária. Busquemos viver nossa vocação batismal de levar a todos a Boa Nova do Reino que é para todos.
No Evangelho de Lucas, capítulo 16, versículo 10 está escrito: “Quem é fiel no pouco, é fiel também no muito. Quem é injusto no pouco, é injusto também no muito… Se não forem fiéis nas coisas dos outros, quem lhes confiará o que é de vocês?”. O dízimo pertence a Deus. A entrega do dízimo pode ser familiar e individual. É familiar quando só uma pessoa da família recebe salário ou quando todos colocam na mesma carteirinha a sua contribuição para ajudar nas despesas com igualdade e condições. É individual quando outros membros da família recebem salário e ficam independentes financeiramente dos pais ou responsáveis. Neste caso, cada um é convidado a fazer sua colaboração e ajudar financeiramente a fim de contribuir para que todos possam viver de forma melhor e mais tranquila.
- Com quanto devemos contribuir? Orientamos que seja uma porcentagem razoável e cabível a cada um segundo suas necessidades tendo como base o salário mínimo vigente. Cada um é livre para escolher. O importante é escolher uma quantia e ser comprometido com a mesma todo o mês pensando no amor ao próximo e como colaborar conforme Deus reza no vosso coração. A Igreja realiza os trabalhos de evangelização, assistência e manutenção do patrimônio a partir do dízimo arrecadado, ou seja, de sua contribuição. – Todos devem colaborar de alguma forma, porque nada cai do céus a não ser as bênçãos de Deus. Faça a experiência da partilha e gratidão a Deus todos os meses, colaborando com sua família de modo que todos possam lhe serem gratos diariamente. Jesus nos adverte, de que adianta o homem ganhar o mundo inteiro, ajuntar riquezas na terra, nos bancos da vida, e arruinar-se a si mesmo. Então que cada um possa fazer a sua parte com honestidade, colaborando e ajudando. Na segunda leitura o autor nos apresenta um belo hino que faz como que uma síntese da história da salvação. Começa dizendo que Deus, em seu imenso amor, nos chamou a santidade e a unidade em Cristo, adotando-nos como filhos e filhas.
Enfim, o que aprendemos é que Jesus convoca os doze apóstolos e os envia. O grupo tem o compromisso de continuar a missão libertadora do Mestre. Jesus reconhece que não pode assumir sozinho essa missão enorme e árdua, então escolhe pessoas dispostas a lhes ajudar e a colaborar para que as suas metas sejam cumpridas, que cada um possa ter atitude de despojamento, contentar-se com a hospedagem oferecida, estar prontos para ser acolhidos ou rejeitados, libertar as pessoas dos males que os afligem e proclamar a conversão( promover novo modo de pensar agir e viver)
O Evangelho é todo aquele que se apaixona por Jesus e continua a sua obra na construção do Reino de Deus.
Direto da Santa Missa
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