E tendo Jesus, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho. E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão? Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um deles. E Jesus disse lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: cinco e uns poucos peixinhos, na verdade dois. Então, mandou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os cinco pães e os dois peixes e dando graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos distribuíram à multidão. E todos comeram e se saciaram, e levantaram, do que sobrou, doze cestos cheios. Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens, sem contar mulheres e crianças, aproximadamente 5 mil pessoas.
No texto de João, os apóstolos revelam preocupação com a quantidade de pessoas para alimentar. Pedem então a Jesus para dispensá-las: “Despede a multidão, para que, indo aos campos e aldeias ao redor, se agasalhem e achem o que comer, porque aqui estamos em lugar deserto.”
Mateus anota que o Cristo percebeu a necessidade de alimentar as pessoas, movido pela compaixão: Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aos companheiros: – “de quantos pães necessitamos?” mas, sim, “quantos pães temos?” A passagem denota a precaução de Jesus no sentido de alertar os discípulos para a necessidade de algo apresentar à Providência Divina como base para o socorro que suplicavam.
O fenômeno da multiplicação dos pães e dos peixes pode ser interpretado sob dois enfoques: como figura alegórica, representativa de alimento espiritual; como efeito da doação magnética do Cristo, que produziu materialização dos alimentos necessários a alimentar a multidão faminta que ali se encontrava para ouvi-lo. • A multiplicação dos pães é um dos milagres que mais têm intrigado os comentadores e alimentado, ao mesmo tempo, as zombarias dos incrédulos. Entretanto, a maioria das pessoas sérias há visto na narrativa desse fato, embora sob forma diferente da ordinária, compara o alimento espiritual da alma ao alimento do corpo multiplicado por Jesus numa partilha admirável. Analisemos as liturgias de hoje!
No evangelho a pergunta que Jesus faz a Felipe é também para nós: Onde vamos comprar pão para que eles possam comer? O questionamento faz a comunidade enxergar oportunidades em meio às crises e, sobretudo, evitar a lógica do egoísmo e da grandeza. André´sinaliza que havia ali um menino com cinco pães e dois peixes, mas indaga o que seria isso para tanta gente. A soma dos cinco pães e dos dois peixes resulta na totalidade perfeita. Ali se encontra o pouco de cada um, que, sendo compartilhado, se multiplica. Muito bem!
Estamos diante de um milagre humanamente inexplicável. Jesus se compadecendo da multidão que O seguia. A atitude do Senhor ultrapassa a nossa capacidade de raciocinar e entender certos fenômenos.
Os Evangelhos nos relatam que Ele, por duas vezes, multiplicou pães e peixes para atender à multidão que O seguira até uma região “deserta” e ali ficarão ouvindo seus ensinamentos e recebendo curas, mas, por não estar munidos de alimentos, estava a ponto de passarem fome. Aproveitando-se do que dispunham: apenas 5 pães e 2 peixes, mandou que o povo se assentasse em grupos de 100 e de 50. Tomando os pães e os peixes ergueu os olhos aos céus deu graças e os abençoou. Depois fez a repartição entre os discípulos e estes para o povo. Todos comeram à vontade: milhares de homens, além das mulheres e crianças. E como se não bastasse ainda sobraram 12 cestos com a sobra desses alimentos, que Jesus mandou recolher para nada se perder.
Assim como Jesus se compadeceu com aquela multidão, também na nossa vocação cristã somos chamados a ter compaixão do povo, sobretudo, o sofredor. Nossa vida cristã deve conduzir-nos à prática da misericórdia para com os irmãos. Esse é o grande testemunho de que o mundo precisa desta misericórdia, e é uma exigência que brota das palavras de Cristo no seu Evangelho: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”.
Incansavelmente e tomado de compaixão, Jesus se põe a ensinar-lhes. Com o passar do tempo se faz necessário que todos se alimentem, as provisões havia se acabado. A solução dos discípulos é que seja comprado alimento, mas onde? Com que dinheiro? Jesus propõe outra solução: “Vós mesmos dai-lhes de comer!”, e eles não entendem. Dar como, se não havia mais nada, apenas restavam 5 pães e dois peixes. Abençoando o pouco que tinham, Jesus os partilha com a multidão e todos ficam saciados. O Senhor toca desta forma os corações e os transforma pelo amor e generosidade.
Hoje, fala-se muito da fome no mundo. Quem não viu imagens de crianças famintas da África que mais parecem esqueletos? Deus conta conosco para repartir o Seu “Pão”, com todos aqueles que têm fome de Amor, de Liberdade, de Justiça, de Paz, e de Esperança. Vemos a atitude de Deus, na multiplicação do pouco que se torna muito. O Pão partilhado sacia a fome de todos… e ainda sobra…
Não será esse o caminho a ser seguido, também nos nossos dias, para resolver o grave problema da fome no mundo? Pai, preserva-nos da cobiça e da ganância que nos impedem, muitas vezes, de sermos generosos com nossos semelhantes. E abra nosso coração para a partilha e para a misericórdia. Que possamos entender as necessidades e colaborar um pouco mais, para que todos sejam fartamente alimentados.
Direto da Santa Missa
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