Na sua pregação João Batista chamava o povo à conversão dos seus corações a fim de que pudessem assumir a Salvação de Jesus. Ele lhes acenava com uma transformação de vida interior e consequentemente uma mudança de atitudes no comportamento pessoal. Nós que vivemos num mundo caracterizado pelo ritmo da velocidade, da eletrônica, da informática, não sabemos mais descobrir como tudo o que se refere à vida, à saúde, à educação, ao cultivo do espírito tem que ser feito com respeitosa tranquilidade e paciência para se alcançar.
Hoje, todos nós que recebemos o Batismo da água, do fogo e do Espírito, temos em nós a capacidade de transformar o mundo com as ações propostas por João Batista. Somos chamados também a nos preparar para esperar o Natal do Senhor dando ao mundo um testemunho de verdadeira conversão, por isso, as atitudes que aprontam o nosso coração para acolher o menino Jesus no Natal identificam em nós o processo de conversão.
Repartir o pão e a veste, não julgar, não cobrar, não viver com ambição, mas viver satisfeito com o que Deus nos concede, são atos concretos de conversão. Do contrário, o não repartir com os outros o que temos, o cobrar do outro mais do que precisamos e o tomar à força o dinheiro que não nos convém, é um sinal de que estamos longe de alcançar o que o Senhor quer para nós. Jesus já veio como menino para nos ensinar a humildade, e virá outra vez como Rei para recolher o trigo do nosso celeiro.
O terceiro domingo do Advento tem um sabor de alegria. É o “domingo da alegria”, pedagogicamente colocado pela Igreja nesta proximidade do Natal. É como quem está fazendo uma viagem e, depois de uma boa caminhada, avista além da última curva da estrada o lugar para onde está viajando. Que alegria! E esse lugar para onde vamos caminhando é o Natal. É o nosso encontro com Deus, com o Messias, o Deus-conosco, que veio morar em nossa terra: “Alegrai-vos, O Senhor está perto”.
Tudo são flores de vida e de virtude, quem crê no Evangelho, não difama seu próximo, pelo contrário faz o que Jesus pediu, ama seus semelhantes. Essa transformação não acontece de repente. Ela pede de nós uma longa paciência. “Como a do agricultor que espera o precioso fruto da terra, aguardando pacientemente as chuvas do outono e as da primavera”.
Nós que vivemos num mundo caracterizado pelo ritmo da velocidade, da eletrônica, da informática, não sabemos mais descobrir como tudo o que se refere à vida, à saúde, à educação, ao cultivo do espírito tem que ser feito com respeitosa tranquilidade e paciência para se alcançar. Uma árvore não cresce de repente. Uma criança não se educa de repente. Não se faz um santo de repente. Uma cura não acontece de repente. E, para sermos bem práticos, não se reforça de repente uma sociedade, sobretudo quando nela cresceram e se desenvolveram longamente a corrupção e a irresponsabilidade.
E, se muita coisa continua errada – como atestam os assaltos e as violências de todo tipo – é porque os homens não estão aceitando a proclamação do Evangelho. É porque nós, cristãos, não sabemos ser esse fermento na massa que modifica o mundo numa santificadora levedação espiritual. Não sabemos ser essa luz que ilumina pelo exemplo de sabedoria. Não sabemos ser o sal que tempera a sociedade com o sabor do bem e da virtude. Temos que aprender de São João Batista a não sermos caniços que o vento dobra, nem criaturas cheias de vaidade.
Direto dos Estúdios da TV Jornal da Cidade – Santa Missa em Seu Lar
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