O Evangelho de hoje é uma continuação do proclamado no domingo anterior, no qual escutamos o projeto de Jesus, e entendermos o porque Ele veio a este mundo: libertar os cativos, devolver a vista aos cegos, anunciar a boa nova aos pobres (Lc 4,18-19). Esta proposta de Jesus provoca admiração por um lado e por outro uma forte oposição. Lucas quer colocar desde o começo da atividade pública de Jesus os conflitos que sua missão sofreram, que são os mesmos que o levaram a morte em Jerusalém.
No Evangelho de hoje, sabemos que desde o início, Jesus enfrenta dificuldades e obstáculos na missão que o Pai lhe confiou. Mas nada impede que vá em frente e continue a desempenhar sua missão profética. Eles se perguntavam: “Este não é o filho de José?”
Não conseguiam enxergar no filho do carpinteiro o Messias prometido. Para eles era impossível que Deus agisse através de uma pessoa humilde e pobre, igual a eles, sem nada ter de extraordinário. Uma vez mais Jesus revela um Deus diferente ao conhecido até então, o Deus que escolhe, que se faz presente na fragilidade e na pequenez humana. Sem gozar de privilégios desde o nascimento até a morte.
Outro motivo de desconcerto diante de Jesus e sua proposta é a busca de sinais miraculosas: “Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”.
Jesus se recusa a fazer fatos grandes para que o povo acredite. A fé é confiança e entrega a sua pessoa humilde que traz a boa notícia do Amor de Deus aos pobres e oprimidos. Podemos nos perguntas com sinceridade que imagem de Jesus temos, em que se baseia a nossa fé? Como o encaramos de fato?
Ele parece não se preocupar com a incredulidade do povo de Nazaré, se identifica com os antigos profetas, prediz que sua missão não se reduz ao povo de Israel, e sim também a outros povos. Jesus como Elias e Eliseu sente-se orientado para os pobres, cegos e cativos que estão sobretudo fora de Israel. Desta maneira ele se confronta com seus concidadãos, rompendo os nacionalismos estreitos.
No livro dos Atos, Lucas apresenta como a Igreja nascente segue os passos de seu Mestre, quando perseguida em Jerusalém dirige-se para Antioquia, para os pagãos.
Agora bem, os ouvintes da sinagoga sentem-se ofendidos com as palavras de Jesus e reagem violentamente: “Levantaram-se, e expulsaram Jesus da cidade”, e tentam precipitá-lo de um monte. Mas nada pode parar o Filho de Deus em sua missão: “Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”. Tanto a pessoa quanto a palavra de Jesus devem ser acolhidas com fé, mesmo que isso cause conflitos. Muitos, à primeira vista se animam no seguimento do Mestre, mas depois de alguma dificuldade, voltam atrás. É preciso rejeição aos autênticos profetas de ontem e de hoje.
Sigamos a Jesus com nossa imaginação, Ele não fica preso no sofrimento desta rejeição, na dureza de seus conterrâneos, ele continua seu caminho… ainda tem muito para fazer, os pobres esperam, a saudade da casa do Pai o motiva a seguir em frente. E muitos de nos estamos parados ou a caminho? Estamos seguindo o exemplo de Jesus de alma e coração? É de Deixarmos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra em nós. Corramos com perseverança, mantendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé”.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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