O Serviço de Cuidados Paliativos é responsável por promover o acolhimento de pacientes e familiares no Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), proporcionando cuidado humanizado e alívio físico e psicológico em um momento delicado de terminalidade. Todos os setores do HCSL receberam orientações e treinamentos do protocolo de cuidados paliativos e passaram a identificar esses pacientes e sinalizar a equipe multidisciplinar de cuidados paliativos.
Dra. Tatiane Crepaldi desenvolveu o projeto, em abril de 2021, sensibilizando toda equipe, para dar aos pacientes e familiares a oportunidade de conhecer e discutir a terminalidade. “Trabalhamos esse processo de aceitação, não somente da morte, mas também de uma doença que pode causar desconfortos e dores por um período.
Discutir a terminalidade, poderá dar a chance das pessoas se prepararem para últimas horas e despedir de seus entes queridos. Enfim, desenvolvemos um trabalho de cuidado humanizado e acolhimento, como se fosse simbolizado um abraço mostrando que eles não estão sozinhos, vivenciamos a empatia total em nossos procedimentos”, esclarece a médica nefrologista, Tatiane.
Pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o cuidado paliativo é quando se oferece ao paciente e seus familiares medidas de conforto e de atendimento que vão trazer um controle adequado de seus sintomas. Segunda a médica Tatiane, quando é garantida essa medida de controle de sintomas ao paciente, que é portador de uma doença que não tem possibilidade de cura, é oferecido um cuidado humanizado que garante autonomia e dignidade humana.
A médica do HCSL explica que existe uma confusão, um preconceito, entre as pessoas que imaginam que os cuidados paliativos são voltados apenas para pacientes em fim de vida. “Acompanhamos pacientes de forma precoce desde o diagnóstico de uma doença que pode ser incurável. Por exemplo, uma paciente diagnosticada com um câncer de mama passa por diversos procedimentos durante o tratamento que geram desconforto, dor e medo. Nossa equipe começa a atuar no caso desde o início e a paciente pode evoluir para cura. Por outro lado, aqueles que não tiverem possibilidades de cura tiveram pelo menos a chance de criar vínculos afetivos que fazem toda a diferença para os pacientes e familiares”, conta a médica paliativista Tatiane.
Nesse primeiro ano de trabalho, muitos familiares estranharam o contato dos profissionais ligados ao serviço de Cuidados Paliativos. “Estamos preparados para atuar com todo o cuidado e respeito com pacientes e familiares usando comunicação verbal e não verbal, sempre atentos à receptividade do paciente. Tem também esse preconceito criado pelas pessoas que nós só atuamos em casos de fim de vida assusta um pouco no primeiro momento, mas eu tenho pacientes, por exemplo, que estão há dez anos em tratamento e muito bem, trabalha, namora, faz suas atividades em casa. Então, precisamos desmistificar essas questões sobre cuidados paliativos”, afirma.
O trabalho começou bem no auge da pandemia do Covid em 2021. “Com restrições de visitas, criamos formas de mostrar aos familiares que estávamos ao lado dos pacientes acolhendo de todas as formas. Nós estamos buscando sempre trazer a família para perto do setor, compartilhando decisões para não prolongar sofrimentos em casos irreversíveis, e com o tempo a resistência com nosso trabalho foi diminuindo bastante. Desde que começamos nosso trabalho nesse setor, a comunicação foi fundamental para resolvermos as mais diversas questões que envolvem os cuidados paliativos. Desenvolvemos aqui um trabalho muito bonito e gratificante para nós profissionais de saúde lembrando sempre que todo o paciente é o amor da vida de alguém”, conclui Tatiane.
Ascom FUVS
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