Dois dos três acusados de matar a universitária Larissa Gonçalves de Souza, em Extrema/MG, foram condenados na noite desta terça-feira,5. O ex-comerciante José Roberto Freire e o garoto de programa Valdeir Bispo dos Santos foram considerados culpados por um júri popular realizado no fórum de Cambuí /MG e sentenciados a 17 anos e 3 meses de prisão em regime fechado.
Uma terceira acusada, a enfermeira Rosiane Rosa da Silva, não foi julgada neste júri, porque o advogado de defesa, alegou problema de saúde e apresentou um atestado médico. Com isso, o processo foi desmembrado e uma nova data para o julgamento será definida.
Freire e Santos foram condenados por homicídio triplamente qualificado (por terem impossibilitado a defesa da vítima, pela crueldade do crime e por motivo torpe) e também por ocultação de cadáver. A sentença foi expedida pela juíza Patrícia Vialli Nicolini, da 1ª Vara da Comarca de Cambuí, após dois dias de julgamento.
O crime
Larissa, na época com 21 anos, foi encontrada morta na Serra do Lopo, um ponto turístico de Extrema, após ficar 11 dias desaparecida. Três pessoas foram presas pelo crime, o ex-comerciante José Roberto Freire, acusado de ser o mentor do crime; o garoto de programa Valdeir Bispo dos Santos e a enfermeira Rosiane Rosa da Silva, que sequestraram a jovem na rodoviária, de onde ela iria para a faculdade, para depois a levarem para a casa do comerciante, onde ela foi morta após ser torturada. O casal recebeu R$ 1 mil pelo crime.
A polícia chegou até Freire após uma denúncia, logo após o corpo da jovem ser encontrado. Após ser preso, a loja de sua propriedade pertencia foi incinerada pela população revoltada. Ninguém foi preso por atear fogo em sua loja.
Durante o julgamento, a promotora Rogéria Cristina Leme apresentou a arma de choque usada para render a estudante, o fio elétrico usado para amarrar os pés e as mãos dela e um peso de academia, de cinco quilos, usado para agredir a jovem no rosto e na cabeça. Além disso, a legista Tatiana Telles Koeler de Matos, que acompanhou o caso, confirmou que Larissa foi agredida com golpes em diversas partes do corpo e na região genital. Abalados, os pais da jovem deixaram a sala enquanto as fotos eram apresentadas.
O crime teria sido motivado pelos ciúmes que Freire sentia do namorado da jovem, o modelo Lucas Gamero. No julgamento, o ex-comerciante voltou a afirmar que mantinha um relacionamento amoroso com o rapaz, que sempre negou.
Gamero chegou a ser preso, mas foi liberado após mais de uma semana e não é sequer citado no processo, já que as investigações não encontraram evidências de que ele tivesse participado do crime. Por causa disso, a juíza Patrícia Nicolini não permitiu perguntas sobre ele. Além disso, a promotoria apresentou áudios e transcrições que indicam que Freire dopava o namorado da vítima.
Com a condenação, Freire e Santos foram reconduzidos ao presídio de Pouso Alegre /MG, onde já cumpriam pena aguardando o julgamento desde que foram presos.
Fonte: G1 Sul de Minas/ Régis Melo, Cambuí, MG Fotos Reprodução EPTV
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